Coleta de dados e determinação dos indicadores
– Se já existe um sistema de registro dos dados na Empresa, estas informações podem ser suficientes para a definição do primeiro grupo de indicadores;
– Normalmente este é um trabalho quase sempre árduo, a ser realizado na grande maioria das Empresas;
– O primeiro grupo de indicadores deverá auxiliar na definição do plano de monitoramento e na definição dos dados necessários à construção de novos indicadores;
– Os critérios para a coleta de dados visando a obtenção de indicadores devem ser os mais claros e concisos possíveis.
Critérios para a coleta de dados
– Descrição do indicador ambiental, desde que o mesmo já esteja definido;
– Classificação e desenvolvimento da base de dados necessária;
– Determinação dos recursos necessários para a coleta de dados;
– Busca de fatores de conversão, quando necessário;
– Definição da frequência da coleta de dados;
– Responsabilização pela coleta;
– Estabelecimento de indicadores absolutos e relativos;
– Elaboração do plano de monitoramento, vinculada aos dados existentes e à projeção dos novos dados necessários.
Devem ser observadas as seguintes questões relevantes no estabelecimento de indicadores ambientais:
– Os fluxogramas dos processos produtivos são conhecidos?
– Os dados estão disponíveis?
– Quais são os maiores problemas operacionais e ambientais da empresa?
– Em que etapas do processo podem ser reduzidas os custos ou incrementada a lucratividade?
– Onde podem ser encontradas as maiores potencialidades para otimização dos processos?
Indicadores de entradas
– Proporcionam uma maior eficiência no uso de matérias-primas, água, energia e outros insumos;
– Possibilitam uma redução de custos de produção pela otimização de uso de matérias-primas e insumos;
– Facilitam a realização de Benchmarking.
Indicadores de saídas
– Possibilitam uma redução de resíduos sólidos, emissões atmosféricas, efluentes líquidos e de custos associados;
– Proporcionam a utilização mais racional das matérias-primas, através do seu melhor aproveitamento e incorporação ao produto final;
– Favorecem a otimização de aspectos ambientais associados aos produtos;
– Promovem a redução direta de impactos ambientais.
Definindo indicadores ambientais
O início deste processo requer o conhecimento de quatro questões fundamentais:
COMO IMPACTAMOS O MEIO AMBIENTE?
O primeiro estágio é o mapeamento dos principais impactos ambientais que a organização causa. Isto evidentemente já foi identificado na revisão inicial, de modo que já conhecemos à priori os aspectos ambientais da organização. Todavia, estudos mais sofisticados, como o ciclo de vida, podem ser importantes ferramentas adicionais.
QUAIS SÃO AS NOSSAS PRINCIPAIS EMISSÕES?
Se o seu sistema de avaliação de aspectos/impactos prevê a quantificação do impacto (crítico, moderado ou fraco), então isto deverá nortear toda a geração de seus objetivos e metas, bem como servirá de balizador para iniciar o processo de medição.
O QUE OS CONCORRENTES ESTÃO FAZENDO?
Sabemos que é uma prática de empresas modernas a comparação sadia de suas práticas organizacionais com as de outras empresas. Benchmarking (comparações com referenciais) é uma prática aceita e difundida na área da Qualidade. O benchmarking ambiental tem sido, no entanto, evitado por inúmeras organizações devido ao medo de abrir os resultados das emissões. Sabemos que a adoção da ISO 14001 deve encorajar a abertura das práticas ambientais para a comunidade; sendo assim, conhecer os resultados dos concorrentes ou as melhores práticas disponíveis, pode ser uma ferramenta vital para a criação dos nossos indicadores.
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS?
Os indicadores devem levar à escolha de objetivos e metas factíveis e mensuráveis; desta maneira, um critério formal deve estar desenvolvido para selecionar objetivos e metas.
Respondidas estas perguntas, vamos então aos oito estágios necessários para a criação satisfatória de indicadores ambientais:
Identifique medidas potenciais
– Quais são as áreas prioritárias a serem medidas?
– Que medidas podem ser utilizadas?
– Quem irá usar as medições?
– Quem irá informar os dados das medições?
Selecione indicadores a partir das medições
– As medições são apropriadas para os indicadores?
– As medições tem custo/benefício aceitáveis?
– Os indicadores selecionados podem ser comparados?
– Os indicadores selecionados permitem o benchmarking?
– Selecione metas para os indicadores
– Qual a posição atual?
– Como estão os nossos concorrentes?
– Qual a real capacidade das metas serem atingidas?
Implemente os indicadores
– Como são coletadas e registradas as informações?
– Os indicadores são entendidos pelos empregados?
Monitore os resultados
– Existe uma sistemática para acompanhar os indicadores?
– Existem tendências na série dos dados?
Ação nos resultados
– Os resultados são satisfatórios?
– Que modificações são necessárias para melhorar os indicadores?
Revisões
– O sistema de indicadores de desempenho está trabalhando corretamente?
– Existem novas áreas a serem incluídas?
Podemos relacionar indicadores com objetivos e metas, de modo que exista uma relação direta entre o desempenho ambiental, analisado pelos seus indicadores e o sistema de gerenciamento da organização. Vejamos alguns exemplos:
– Objetivo: Melhoria da satisfação da comunidade vizinha com o desempenho ambiental da organização.
Exemplo de indicador: reclamações ambientais / mês.
– Objetivo: Revegetação de áreas degradadas pela abertura de minas.
Exemplo de indicador: Hectare revegetado/mês.
– Objetivo: Reduzir o consumo de água industrial.
Exemplo de indicador: m³ água/t produzida.