Unidade I – Autovalores e Autovetores

Introdução

Dada uma transformação linear , estamos interessados em saber que vetores (não nulos) são levados em um múltiplo de si mesmo; isto é, procuramos um vetor  e um escalar  real tais que

Neste caso  será um vetor de mesma “direção” que v. O escalar será chamado autovalor e o vetor  um autovetor. Vamos formalizar este conceito.

Definição e exemplos

Definição:

Seja  uma transformação linear. Se existirem  tais que , então  é um autovalor de  um autovetor de  associados a .

Observe que  pode ser o número 0, embora  não possa ser o vetor nulo.

Exemplo 1:

Seja  dado por . Neste caso  = 2 é o autovalor de T e qualquer vetor (x, y) (0, 0) é um autovetor de T associado a =2.


Exemplo 2:

Seja  em que T(x,y) = (x, -y).

Note que T(0, -y)=(0,-y)=-1(0, y). Portanto, =-1  é o autovalor de T e todo vetor v1=(0,y) tal que y 0  é um autovetor de T.

Observe que T(x,0)=(x,0)=1(x,0), então, =1  é o autovalor de T e todo vetor v2=(x,0) tal que x 0  é um autovetor de T.

Exemplo:

Nos exemplos 1 e 2, quais são as matrizes A1 e A2 associadas às transformações lineares em relação à base canônica?

Solução:

1) A matriz associada deve ser da forma . Como

Portanto: 


2) Aqui também, a matriz associada deve ser da forma . Como

Portanto: 

As noções de autovetor e autovalor de uma transformação linear (ou matriz) são fundamentais, por exemplo, em Física Atômica os níveis de energia dos átomos e moléculas são dados por autovalores de determinadas matrizes. Também o estudo dos fenômenos de vibração, a análise de estabilidade de um avião e muitos outros problemas de Física leva à procura de autovalores e autovetores de matrizes.