Autovalores e autovetores de uma matriz
Lembre-se que toda transformação linear está associada a uma matriz
em relação à base canônica, isto é, T(v) = A.v.
Logo, o autovalor e autovetor de A é o autovalor e autovetor de T.
Portanto, o autovalor e o autovetor v, são soluções da equação T(v) =
v, isto é ,
, em que
(v vetor não nulo).
Dada uma matriz . Para encontrar os autovalores de A, calcula-se o determinante
, em que
é a matriz identidade.
Polinômio característico
Método prático para encontrar autovalores e autovetores de uma matriz.
Exemplo:
Dado , vamos procurar vetores v=(x,y) não nulo e escalares
tais que
.
Observe que, se I for a matriz identidade de ordem 2, então a equação acima pode ser escrita na forma
Voltando ao exemplo, temos:
Esta última relação representa um sistema de equações lineares de 2 equações e 2 incógnitas na forma matricial. Como o sistema é de ordem 2x2, uma maneira de resolver é usando a Regra de Cramer.
Se o determinante da matriz dos coeficientes for diferente de zero, então o sistema tem uma única solução, que é a solução nula, ou seja, x=y=0.
Como estamos interessados em calcular os autovetores de A, isto é, vetores v0, queremos que o sistema seja possível e indeterminado, ou seja,
Portanto, .
Denominamos de polinômio característico da matriz A ao polinômio definido por .
Obs.:
Continuando a resolução, temos , que são as raízes do polinômio característico e, portanto, os autovalores da matriz A são -1 e 1.
Através dos autovalores encontramos os autovetores.
(I) Substituindono sistema
, temos:
O autovetor associado a é v1=(3y,y),
, ou v1=(x,x/3),
. Ou de outra forma, o autovetor associado a
, é todo vetor múltiplo de v1=(3,1). Assim, v1=(3,1) é um autovetor que gera o autoespaço de
.
(II ) Substituindo no sistema
, temos:
O autovetor associado a é v2=(x,x),
. Ou de outra forma, o autovetor associado a
, é todo vetor múltiplo de v2=(1,1). Assim, v2=(1,1) é um autovetor que gera o autoespaço de
.
Teorema:
Se a equação polinomial , onde c1, ... , cn são inteiros, então todas as soluções inteiras (se houver) desta equação são divisores do termo cn.
Exemplo:
As possíveis raízes inteiras da equação são os divisores de -6 que são,
.
Se
é uma das raízes pois p(2)=0.
Para as outras possibilidades não encontramos raízes.
Mas, dividindo por
, onde
é uma raiz de
, temos,
Logo, as outras raízes serão solução da equação .
Considerando raízes complexas, temos .
Então, as raízes de são:
.