Unidade J – Polinômio Minimal e Forma Canônica de Jordan

Polinômio Minimal

Seja A uma matriz quadrada sobre um corpo K, e denotemos por J(A) a coleção de todos os polinômios f(t) para os quais f(A)=0, observe que J(A) não é vazio, pois o polinômio característico de A pertence a J(A). Seja m(t) o polinômio mônico de menor grau em J(A), então, m(t) é o polinômio mínimo de A e se tal polinômio existe é único.

Teorema 1:

O polinômio mínimo m(t) de A divide todo polinômio que tem A como zero. Em particular, m(t) divide o polinômio característico  de A.

Teorema 2:

Os polinômios característicos e mínimo de uma matriz A têm os mesmos fatores irredutíveis.

Este teorema, não nos diz que , e sim que qualquer fator irredutível de um deve dividir o outro. Em particular, como um fator linear é irredutível, m(t) e A(t) têm os mesmos fatores lineares; logo eles têm as mesmas raízes, o que poderemos ver no próximo teorema.

Teorema 3:

Um escalar λ é um autovalor de uma matriz A se e somente se λ é uma raiz do polinômio mínimo de A.

Exemplo 1:

Ache o polinômio mínimo m(t) de  

Solução:

Inicialmente, vamos determinar o polinômio característico:

Possíveis raízes:

Verificação:

Para

Para

Então,  é uma raiz do polinômio.

Fazendo a divisão:

Podemos determinar as outras duas raízes:

Portanto, os possíveis polinômios minimais são:

Como o polinômio minimal é o que possui menor grau que se anula com a matriz, então vamos verificar primeiro :

Agora, vamos verificar :

A última verificação  não tinha necessidade de fazer, pois o polinômio minimal é no máximo o próprio polinômio característico.

Portanto, o polinômio minimal é

Operadores nilpotentes

Um operador linear  é chamado nilpotente se  para algum inteiro positivo n; k é o índice de nilpotência de T se , mas . Analogamente, uma matriz quadrada A é chamada nilpotente se  para algum inteiro positivo n, e de índice k se , mas . Obviamente o polinômio mínimo de um operador (matriz) nilpotente de índice k é; logo 0 é seu único autovalor.

Teorema 4:

Seja  um operador nilpotente de índice k. Então T admite uma representação matricial em bloco cujos elementos diagonais têm a forma:

isto é, todos os elementos de N são 0 (zeros), exceto os que estão, diretamente acima da diagonal principal, e que são 1 (uns). Há ao menos uma matriz N de ordem k, e todas as outras matrizes N são de ordem menores ou igual a k. O número de matrizes N de cada ordem possível é determinado de modo único por T. Além disso, o número total de matrizes N de todas as ordens é igual à nulidade de T.

Observemos que a matriz N acima é ela própria nilpotente, e que seu índice de nilpotência é igual a sua ordem. Note-se que a matriz N de ordem 1 não é mais do que a matriz zero 0(1x1).