A Construção Naval no Brasil:
A participação do Brasil na produção mundial de embarcações é insignificante num mercado dominado, atualmente, por Japão e Coreia, além da presença emergente da China. Em 1980, o Brasil tinha assumido 4,6% das entregas mundiais de navios, participação que declina, em 2005, para apenas 0,1% do total, contrastando com a Coreia do Sul, liderando a produção mundial com 37,8% das entregas. A implantação da indústria de construção naval no Brasil ocorre na década de 70.
Depois do auge da indústria naval nas décadas de 70 e 80, o segmento entra num ciclo de declínio no Brasil, na medida em que vão sendo esgotados e suprimidos os incentivos fiscais e financeiros, a reserva de mercado e a regulação do transporte de navegação. Os estaleiros brasileiros, principalmente os que constroem navios acima de mil TPBs (Toneladas de Porte Bruto), entram em recessão e são sucateados, perdendo competitividade.
Nos anos subsequentes, parece iniciar-se um período de recuperação parcial da indústria naval brasileira, mais uma vez por conta de iniciativas e políticas governamentais, mas, principalmente, como resposta às grandes encomendas da Petrobras.
No entanto, essa oportunidade pode esbarrar nos seguintes obstáculos:
A indefinição de uma estratégia de desenvolvimento da indústria nacional de transporte aquaviário, seja de longo curso, seja de cabotagem, o que poderia ampliar as oportunidades de demanda para além das encomendas.
Em resumo, a indústria brasileira não é competitiva no âmbito internacional, uma vez que depende, em grande medida, da importação de equipamentos e serviços de alto conteúdo tecnológico de outros países e players internacionais. Ressalta-se, ademais, que um dos principais fatores de competitividade da indústria naval é a presença de um pool de fornecedores locais, impulsionando o encadeamento da cadeia produtiva.