Produção da Madeira no Brasil:
No caso do Brasil, observa-se um enorme potencial florestal, mas o País enfrenta dificuldades para estruturar uma política industrial para os segmentos da cadeia produtiva. Em grande parte, os obstáculos estão associados às questões ambientais. Setores do governo e organizações não-governamentais ambientalistas defendem a preponderância das ações de preservação dos biomas nativos (florestas tropicais amazônicas e da Mata Atlântica), bem como a reconstituição de florestas já destruídas – em particular – em áreas de preservação permanente e de reserva legal. Em muitos casos, na defesa desses interesses, esses atores propõem instrumentos e mecanismos – até mesmo legais – que restringem ou eliminam as atividades de manejo de florestas nativas e o plantio de florestas.
Outra característica importante da atividade florestal no Brasil é a existência de uma área significativa de florestas plantadas com espécies exóticas, principalmente de pinus e eucaliptos. Cabe mencionar que esse ativo florestal foi constituído a partir da adoção de um marco legal e institucional, a partir dos anos 1960. Tal legislação foi muito importante para viabilizar a ampliação da oferta de madeira e estimular as grandes empresas industriais a repor as florestas utilizadas como matéria-prima, com plantios de novas áreas.
A inserção internacional do Brasil na indústria florestal é muita heterogênea. No caso das florestas nativas, a exportação é concentrada em produtos de baixo valor agregado: madeira em tora, madeira serrada e, mais recentemente, compensados. No entanto, os problemas ambientais decorrentes da exploração predatória da floresta amazônica colocam em xeque esse tipo de atividade. Ademais, as empresas que trabalham de acordo com os padrões legais foram prejudicadas pelas atividades ilegais e a derrubada da floresta para outros fins. Assim, muitas espécies de alto valor, como o mogno, são consideradas ameaçadas de extinção e passaram a ter um maior controle nos mercados de destino.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em 2005, existiam no mundo 3,9 bilhões de ha de florestas. O Brasil, com 478 milhões de ha, está entre os principais países florestais do Planeta. À sua frente consta apenas a Rússia (809 milhões de ha). Outros países que se destacam por terem recursos florestais abundantes são os Estados Unidos (303 milhões de ha), Canadá (310 milhões de ha) e China (197 milhões de ha).
Algumas nações com florestas de menor magnitude destacam-se como ativos fabricantes de produtos florestais e detentores de florestas plantadas, a exemplo da Finlândia (22 milhões de ha), Chile (16 milhões de ha) e Japão (25 milhões de ha). Note-se que o Japão, embora tenha uma área reduzida, possui um extenso programa de reflorestamento, com 10 milhões de ha de florestas plantadas.
Do território total coberto por florestas (64%), quase dois terços é formado pela Floresta Amazônica, enquanto o restante compõe-se de Mata Atlântica e ecossistemas associados (Sul, Sudeste e Nordeste), Caatinga (Nordeste) e Cerrados (Centro-oeste). O País possui uma das maiores florestas tropicais do mundo, que abriga grande biodiversidade e é, simultaneamente, o maior produtor e também líder mundial em consumo de madeira tropical.
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Porcentagem do consumo global: | ||
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