Unidade C – Seleção de áreas para implantação de aterros

Escolha da melhor área

Será considerada melhor área aquela que obtiver o maior número de pontos após a aplicação dos pesos às prioridades e ao atendimento dos critérios. Para melhor entendimento, é apresentado o exemplo de um Município que deve escolher entre três áreas selecionadas, com as características fornecidas na Tabela C6.

Critérios Prioridade Atendimento
Área 1 Área 2 Área 3
Proximidade a cursos d’água 1 T T T
Proximidade a núcleos residenciais 1 T P T
Proximidade a aeroportos 1 P T T
Distância do lençol freático 1 P P T
Distância de núcleos de baixa renda 2 T T P
Vias de acesso com baixa ocupação 2 P P P
Problemas com a comunidade 2 N P T
Aquisição do terreno 3 P P T
Investimento em infraestrutura 3 T T P
Vida útil mínima 4 P T T
Uso do solo 4 T T T
Permeabilidade do solo natural 4 P P P
Extensão da bacia de drenagem 4 P P T
Acesso a veículos pesados 4 T P P
Material de cobertura 4 N P T
Manutenção do sistema de drenagem 6 P P T
Distância ao centro de coleta 5 T P P
T – Atende Totalmente; P – Atende Parcialmente, N – Não atende

Tabela C6 – Nível de atendimento das prioridades



A seleção da melhor área para implantação do aterro sanitário deve ser precedida de uma análise individual de cada área selecionada com relação a cada um dos diversos critérios apresentados, fornecendo-se a justificativa que permita considerar o critério “totalmente atendido”, o “atendido parcialmente através de obras” ou o “não atendido”.

A Tabela C7 apresenta o resultado obtido pela somatória da pontuação de cada área e os níveis de atendimento de cada critério.

Critérios Prioridade Pontos de atendimento (%) Pontuação das áreas
Área 1 Área 2 Área 3 Área 1 Área 2 Área 3
Proximidade a cursos d’água  10 100 100 100 10 10 10
Proximidade a núcleos residenciais 10 100 50 100 10 5 10
Proximidade a aeroportos 10 50 100 100 5 10 10
Distância do lençol freático 10 50 50 100 5 5 10
Distância de núcleos de baixa renda 6 100 100 50 6 6 3
Vias de acesso com baixa ocupação 6 50 50 50 3 3 3
Problemas com a comunidade 6 0 50 100 0 3 6
Aquisição do terreno 4 50 50 100 2 2 4
Investimento em infraestrutura 4 100 100 50 4 4 2
Vida útil mínima 3 50 100 100 1.5 3 3
Uso do solo 3 100 100 100 3 3 3
Permeabilidade do solo natural 3 50 50 50 1.5 1.5 1.5
Extensão da bacia de drenagem 3 50 50 100 1.5 1.5 3
Acesso a veículos pesados 3 100 50 50 3 1.5 1.5
Material de cobertura 3 0 50 100 0 1.5 3
Manutenção do sistema de drenagem 2 50 50 100 1 0.5 0.5
Distância ao centro de coleta 1 100 50 50 1 0.5 0.5
Pontuação final 62 62 76

Tabela C7 – Análise quantitativa das áreas pré-determinadas

O local selecionado para implantar um aterro sanitário deve ser aquele que atenda ao maior número de critérios, dando-se ênfase aos critérios de maior prioridade (tabela C7). Neste exemplo, a área mais indicada é área 3. Nesse caso, deve-se realizar a etapa de elaboração do projeto e solicitação da licença ambiental.

A seleção de áreas para disposição final de resíduos sólidos pode empregar ferramentas modernas, como é o caso do geoprocessamento, onde se observa importante melhora na qualidade dos resultados e facilidades em toda a operação. A área de conhecimento denominada geoprocessamento, utiliza na manipulação de informação georreferenciada diferentes técnicas, instrumentos, hardware e software, de forma a coletar, armazenar e processar dados geocodificados. A ferramenta de maior destaque dentro do geoprocessamento é o Sistema de Informação Geográfica (SIG), e provavelmente por essa razão muitas vezes os termos são utilizados como sinônimos, sendo que na verdade o segundo está contido no primeiro (GOMES et al., 2001). Na ausência das ferramentas de geoprocessamento, esta etapa pode ser realizada aplicando-se em uma análise manual os mesmos critérios. O uso do geoprocessamento implica apenas aceleração do processo, não sendo, contudo, exigência básica.

 

Para saber mais sobre o uso do geoprocessamento na determinação de áreas para aterro, leia o artigo Método para a Seleção de Áreas para a Disposição de Resíduos Sólidos Urbanos