O biogás, por conter um elevado teor de metano (CH4), possui diversas aplicações de caráter energético.
Embora sua principal aplicação seja como combustível em um motor de combustão interna a gás, que movimenta um gerador de energia elétrica, ele pode ser direcionado também para outros fins.
Entre suas possíveis aplicações, destacam-se a produção de calor de processo, secagem de grãos em propriedades rurais, secagem de lodo em Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), queima em caldeiras, aquecimento de granjas, iluminação a gás, tratamento de chorume, entre outros.
Independentemente da melhor alternativa técnica para utilização do metano proveniente da biodegradação do lixo, uma parte importantíssima do projeto é o sistema para a extração do biogás do aterro.
Algumas formas viáveis de utilização do biogás:
a) Uso local – enfoque mais simples e apresenta uma melhor relação custo-eficiência. Como exemplo dessa utilização pode-se citar o uso em cozinhas, aquecedores de água, calefação, etc.
b) Uso veicular – nesse caso, o biogás é utilizado para acionar caminhões recolhedores de lixo para que o leve até o aterro ou a um lixão aberto. Apesar de o biogás poder ser utilizado em qualquer aplicação destinada ao gás natural, para seu uso veicular existe a necessidade de remoção de alguns de seus componentes, tais como: umidade, ácido sulfídrico (H2S), dióxido de carbono (CO2) e partículas.
Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo) na Portaria 128, de 28 de agosto de 2001, a porcentagem mínima de metano no gás natural para uso veicular deve ser de 86% e máxima de CO2 de 5%.
c) Geração de eletricidade - Para a geração de energia elétrica, o biogás é empregado como combustível em turbinas ou em motor à combustão que acionam geradores. A eletricidade gerada é então distribuída por meio da rede elétrica até os consumidores.
Entre as tecnologias para conversão energética de biogás mais utilizadas atualmente, destacam-se os motores de combustão interna – Ciclo Otto e as microturbinas. (Esse assunto será melhor discutido no próximo conteúdo).
Essa utilização é a que mais cresce no Brasil e em outros países. Atualmente, no Brasil, existem 40 projetos no âmbito do MDL desenvolvidos em aterros sanitários, com o objetivo de reduzir as emissões de GEE por meio da mitigação de emissões de CH4 nos próximos anos, dos quais 25 estão registrados pelo Conselho Executivo no UNFCCC, 14 estão em fase de validação no Comitê Executivo e apenas 1 foi encaminhado para revisão do pedido (UNEP, 2009).
Esse interesse deve-se a questões ambientais e a incentivos econômicos como os certificados de redução de emissões (CER).
Os CERs modalidade de mecanismo financeiro instituído pelo protocolo de Quioto (1997) possibilitam aos países desenvolvidos cumprir a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa e o financiamento de projetos de redução e/ou sequestro de emissões em países em desenvolvimento.
Países que não conseguirem reduções domésticas poderão adquirir “títulos” (CER) para atender suas metas.
CERs são baseados em projetos, como:
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Para que uma empresa tenha direito a vender créditos de carbono, precisa cumprir dois requisitos: contribuir para o desenvolvimento sustentável e adicionar alguma vantagem ao ambiente, seja pela absorção de dióxido de carbono (por exemplo, com o plantio de árvores), seja por evitar o lançamento de gases do efeito estufa na atmosfera - a quantidade de CO2 que ela retirar ou deixar de despejar na atmosfera é que pode ser convertida em créditos de carbono. Do total desses créditos disponíveis para venda no mercado, 15% vêm do Brasil.
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