Esse monitoramento tem como objetivo monitorar os deslocamentos verticais e horizontais do aterro sanitário, permitindo uma avaliação contínua da vida útil do aterro e fornecer elementos para a avaliação da estabilidade dos taludes do aterro, evitando acidentes, como desmoronamento.
O monitoramento do recalque em aterro é realizado por meio do registro topográfico das posições de medidores de recalque e marcos superficiais, instalados nas superfícies dos taludes, bermas e topo do aterro.
| ||||
| ||||
|
Um aterro sanitário, mesmo bem compactado, sofre adensamentos da ordem de 20 a 30%. Aterros mal ou pouco compactados podem atingir até 50 % de recalque em relação a sua altura inicial.
Esses recalques ou adensamentos são causados por dois fatores básicos: a diminuição dos vazios e assentamento residual dos materiais altamente deformáveis, devido ao peso próprio e das camadas superiores; e devido à fluência e à decomposição da matéria orgânica.
O monitoramento geotécnico será projetado em função do risco de contaminação envolvido. Grandes aterros sanitários exigirão maior controle dos condicionantes geotécnicos. Para municípios de pequeno porte, as implicações geotécnicas deverão ser analisadas nas etapas de caracterização da área, projeto e implementação da obra.
Esses recalques causam tantos movimentos verticais quanto horizontais do aterro, ou seja, como se costuma dizer, “o aterro caminha”.
Com o objetivo de monitorar os recalques, os deslocamentos horizontais e o comportamento do maciço do aterro sanitário com um todo, deverá ser prevista a instalação de placas de recalques e marcos de superfície (Figura E4).
A partir dessa referência, marcos situados na superfície final do aterro ou placas de recalques podem ser monitorados por nivelamento geométrico de superfície – controle topográfico (Figura F.4). Tanto os movimentos horizontais quanto os verticais desses marcos podem ser monitorados anualmente ou a cada dois anos, de acordo com o avanço dos recalques.
| ||||
| ||||
|
Além do monitoramento do aquífero, do recalque e das emissões atmosféricas, outros controles se fazem necessários:
No Quadro F.2 são apresentados parâmetros de monitoramento em aterros sanitários e as respectivas frequências.
MONITORAMENTO DAS CÉLULAS DO ATERRO |
|
Sondagens SPT |
Semestral |
Ensaios dos materiais coletados nas sondagens SPT |
Semestral |
Coletas de chorume para realização de ensaios físico- químicos e bacteriológicos |
Bimensal |
Medidas de temperatura |
Mensal |
Medidas do nível de líquido |
Mensal |
Medidas de recalques |
Semanal |
Coletas e ensaios dos gases |
Mensal |
MONITORAMENTO AMBIENTAL |
|
Medidas de Vazão |
Mensal |
Coletas de líquidos para realização de ensaios físico-químicos e bacteriológicos no reservatório anaeróbio, no charco artificial e na caixa de monitoramento |
Bimensal |
Coletas de líquidos para realização de ensaios físico-químicos e bacteriológicos em curso d’água superficial |
Bimensal |
Qualidade do ar |
Semestral |
Controle de micro e macrovetores |
Semestral |
Quadro F.2 – Parâmetros monitorados em aterros sanitários e sua frequência de análise.