A vida útil do aterro sanitário chega ao fim quando é alcançado o volume previsto de resíduos dispostos no local. Com isso, o aterro terá a sua operação diária encerrada, mas ainda necessitará de cuidados posteriores. Os cuidados de encerramento e pós-fechamento devem considerar que um aterro pode gerar efluentes potencialmente poluidores por um período superior a 20 anos.
Infelizmente, os aterros sanitários não podem ser construídos para comportar-se exatamente da maneira como foram concebidos ou projetados. Recalques não previstos, debilidades na qualidade de construção, e a natureza por ela mesma irão comprometer, invariavelmente, numa maior ou menor extensão, os sistemas de proteção ambiental concebidos e construídos no projeto. Portanto, será necessário instituir programas de inspeção e monitoramento e fazer qualquer manutenção ou reparo necessário no local.
Nos aterros projetados sem o uso de geomembrana na camada de cobertura final, o lixiviado continuará a ser gerado na mesma proporção que as águas da chuva precipitarem e infiltrarem pela superfície do aterro. Será, portanto, necessário manter e operar os sistemas de drenagem e de tratamento de lixiviados até que o efluente atinja naturalmente os padrões para emissão direta nos recursos hídricos superficiais ou subsuperficiais.
Encerramento do aterro
Os seguintes procedimentos são tipicamente propostos para o encerramento de aterros:
O monitoramento pós-encerramento do aterro tem por objetivo acompanhar o desempenho dos sistemas de proteção ambiental e garantir a segurança e a integridade do sistema. As atividades de monitoramento das águas do subsolo e superficiais, de biogás, de efluentes líquidos e de recalques deverão estender-se por toda a vida ativa do sistema ou, então, até que as emissões atinjam padrões aceitáveis definidos pelo OCA.
Cuidados pós-fechamento
Os principais aspectos a serem acompanhados e monitorados no período de pós-fechamento do aterro sanitário são:
Usos futuros
Entre as principais restrições à ocupação de áreas de aterros sanitários desativados pode-se citar:
Os usos futuros dos aterros sanitários podem ser divididos em três categorias gerais: espaços abertos e de recreação; agricultura e desenvolvimento urbano.
Espaços abertos e recreação
É considerada a forma mais adequada de uso futuro de sítios de aterros sanitários. Os tipos de usos podem ser para a prática de esportes locais (como campos de futebol), ao passo que parques e espaços mais abertos poderão ser de interesse de um número maior de pessoas, e uma área verde, com trabalho paisagístico de implantação de gramados, arbustos e árvores, pode trazer benefícios para a comunidade.
Adicionalmente, este tipo de uso não implica na construção de grandes estruturas no local, apenas pequenas e leves construções, como prédios administrativos e sanitários públicos.
A Figura F.5 traz um exemplo de parque urbano em área de aterro sanitário.
Agricultura
Aterros concluídos podem ser utilizados para pastagens ou plantações (de grãos, frutíferas, lenhosas, viveiros de mudas, etc.). Em ambos os casos, a camada de cobertura deve ter espessura suficiente, de modo a garantir que as raízes não entrem em contato com resíduos dispostos.
No entanto, existem algumas desvantagens no uso de aterros desativados para a plantação de pastagens ou de outras espécies de vegetais, por exemplo.
- a camada de argila compactada da cobertura final do aterro torna-se uma barreira ao crescimento radicular das plantas;
- o contato do sistema radicular das plantas com o biogás e fuga do mesmo para atmosfera;
- o aumento da infiltração de água da chuva pela camada superior devido aos caminhos preferenciais causados pelo enraizamento.
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Desenvolvimento urbano
O uso de aterros sanitários encerrados, como locais para construção e particularmente para o desenvolvimento urbano, de maneira geral, deveria ser desencorajado, devido às muitas e severas restrições.
Essas incluem provável movimento de gases, corrosão do concreto, baixa capacidade de carga e recalques diferencias associados à construção e utilização das estruturas implantadas sobre o aterro.
Quando se construir habitações ou outras estruturas em um aterro encerrado, o único recurso será adotar medidas extremas de precaução para amenizar ou eliminar os efeitos nocivos.
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