O monitoramento ambiental em aterros sanitários deve ocorrer na fase de projeto, na implantação, na execução, na operação e no encerramento.
Em todos os casos, os parâmetros a serem monitorados serão propostos pelo projetista e avaliados e confirmados pelo órgão de controle ambiental no momento na análise e emissão da Licença de Instalação (LI) e da Licença de Operação (LO) do aterro.
Em um aterro sanitário geralmente são monitorados os seguintes elementos:
- Águas superficiais, subterrâneas e percoladas;
- Emissões atmosféricas;
- Recalques e estabilidade do aterro
O monitoramento dos líquidos pode ser dividido em: águas superficiais, águas subterrâneas e águas percoladas.
Águas superficiais - O monitoramento de águas superficiais justifica-se quando há na área de influência direta do aterro afloramentos de águas do subsolo (nascentes, olhos d´água, vertentes, minas) ou mananciais hídricos superficiais (rios, córregos, represas, lagos). Caso os efluentes do tratamento de lixiviados sejam lançados em coleções hídricas, a qualidade dessas deverá ser monitorada.
Águas Subterrâneas - O monitoramento das águas subterrâneas na área do aterro tem como objetivo principal avaliar a eficiência dos sistemas de impermeabilização e drenagem de lixiviados e detectar alterações na qualidade da água subterrânea, preservando os mananciais de águas subterrâneas.
Monitoramento de biogás - Esse monitoramento tem como objetivo monitorar a qualidade e quantidade de gases gerados no aterro sanitário, permitindo o acompanhamento das fases de degradação e grau de estabilização dos resíduos, bem como seu potencial energético e riscos de explosão.
Os tipos de monitoramento das emissões de gases em aterro podem ser:
- Drenos
- Superficiais
- Subsuperficiais
- Regiões circunvizinhas
Monitoramento geotécnico - Esse monitoramento tem como objetivo avaliar os deslocamentos verticais e horizontais do aterro sanitário, permitindo uma avaliação contínua da vida útil do aterro e fornecer elementos para a avaliação da estabilidade dos taludes do aterro, evitando acidentes, como desmoronamento.
O monitoramento do recalque em aterro é realizado por meio do registro topográfico das posições de medidores de recalque e marcos superficiais, instalados nas superfícies dos taludes, bermas e topo do aterro.
O monitoramento pós-encerramento do aterro tem por objetivo acompanhar o desempenho dos sistemas de proteção ambiental e garantir a segurança e a integridade do sistema. As atividades de monitoramento das águas do subsolo e superficiais, de biogás, de efluentes líquidos e de recalques deverão estender-se por toda a vida ativa do sistema ou, então, até que as emissões atinjam padrões aceitáveis definidos pelo OCA.
Os principais aspectos a serem acompanhados e monitorados no período de pós-fechamento do aterro sanitário são:
Os usos futuros dos aterros sanitários podem ser divididos em três categorias gerais: espaços abertos e de recreação; agricultura e desenvolvimento urbano.
Espaços abertos e recreação - É considerada a forma mais adequada de uso futuro de sítios de aterros sanitários. Os tipos de usos podem ser para a prática de esportes locais (como campos de futebol).
Agricultura - Aterros concluídos podem ser utilizados para pastagens ou plantações (de grãos, frutíferas, lenhosas, viveiros de mudas, etc.). Em ambos os casos, a camada de cobertura deve ter espessura suficiente de modo a garantir que as raízes não entrem em contato com resíduos dispostos.
Desenvolvimento urbano - O uso de aterros sanitários encerrados, como locais para construção e, particularmente para o desenvolvimento urbano, de maneira geral deveria ser desencorajado devido às muitas e severas restrições. Estas incluem provável movimento de gases, corrosão do concreto, baixa capacidade de carga, e recalques diferencias associados à construção e utilização das estruturas implantadas sobre o aterro.