Origem e Histórico da Estatística
Vamos começar nossos estudos de Estatística conhecendo um pouco de sua origem e histórico.
As primeiras tentativas de enumeração de indivíduos ou de bens começam com os grandes impérios da Antiguidade, cujas estruturas administrativas eram fortes: preocupados em gerir e administrar seu império do melhor modo, os poderes centrais procuraram conhecer melhor sua extensão territorial e o número de seus súditos. Foi assim que as civilizações egípcia, mesopotâmica e chinesa, como antes delas a civilização dos sumérios (5000 a 2000 a. C.), realizavam pesquisas censitárias das quais alguns traços chegaram até nós (MARTIN, 2001).
Vários povos já realizavam contagem populacional, utilizada para se obter informações sobre o número de habitantes, de nascimentos, de óbitos, faziam estimativas da riqueza individual e social, cobravam impostos e coletavam informações por processos que podem, atualmente, ser denominados de estatísticas.
No livro sagrado Chouking, de Confúcio, há citações de recenseamentos realizados na China nos anos de 2.275 a.C. e 2.238 a.C. que foram utilizados pelo seu imperador (Rei Yao) para investigar a quantidade de seus súditos e para descrever em números as condições econômicas (agricultura, indústria e comércio) e de poderio militar do seu império. Posteriormente, foram encontrados dados similares em livros da Dinastia Chinesa referentes a 1.100 a.C.
No ano 120, Menelaus apresenta tabelas estatísticas cruzadas, e em 620, em Constantinopla, surge um Primeiro Bureau de Estatística. Em 695 os árabes utilizam a média ponderada para a contagem de moedas e, em 826, utilizam cálculos estatísticos para a tomada de Creta.
Em 1.405, o persa Ghiyat Kâshî realiza os primeiros cálculos de probabilidade com a fórmula do binômio.
Com ambições mercantilistas, entre os séculos XVI e XVIII, vários governantes viram a necessidade de coletar informações de outras nações, como produção de bens, produção de alimentos e dados de comércio exterior, como forma de se obter o poder político através do poder econômico. E, também, passaram a realizar os primeiros levantamentos estatísticos com o objetivo de determinar leis sobre impostos e número de homens disponíveis para entrar em combate (FREITAS, 2008 – p.02).
A partir do século XV, começam a surgir as primeiras análises de fatos sociais, como batizados, casamentos, funerais, originando as primeiras tábuas e tabelas e os primeiros números relativos. Datam de 1.447 as primeiras tabelas de mortalidade elaboradas pelos sábios do Islã. A partir do século seguinte, esses estudos foram adquirindo proporções verdadeiramente científicas. Em 1.614, Napier cria os logaritmos; em 1.620 Descartes estabelece a Geometria Descritiva; em 1.629, Pierre de Fermat estabelece o Método de Máximo e Mínimo e a Teoria dos Números e, mais tarde, em 1.654, Fermat e Pascal estabelecem os Princípios do Cálculo das Probabilidades.
Em 1.800, é fundado na França o Bureau de Estatística. Em 1.805, Legendre estabelece o Método dos Mínimos Quadrados; em 1.812 Laplace publica sua Théorie Analytique des Probabilités, que foi a base da inferência estatística e a partir de 1.820 várias sociedades de estatística são criadas pelo mundo, destacando-se a American Statistical Association, em 1.839 e, em 1.853, é realizada a Primeira Conferência Internacional de Estatística em Bruxelas (Quetelet). Em 1.925 é lançado o clássico livro “Statistical Methods for Research Workers”.
A Estatística é uma ciência que sempre está predisposta a incorporar técnicas, descobertas e teorias novas, próprias ou vindas de outras áreas do conhecimento humano. Prosseguindo com seu contínuo desenvolvimento e reestruturação, essa ciência hoje conta com uma poderosa parceira no trabalho com os dados pesquisados, que é a informática.
A evolução no processo de coleta, armazenamento e divulgação de informações estatísticas por meios informatizados tem sido seguida pelo surgimento de novas metodologias e técnicas de análise de dados estatísticos.
Assim, fizemos aqui um breve e conciso histórico de alguns fatos que demonstram a evolução da estatística ao longo do tempo. Obviamente, se fôssemos aplicar maior rigor nessa revisão, ocuparíamos algumas páginas para descrever todos os fatos que foram marcantes para o desenvolvimento da estatística.
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