Unidade H - Escoamento Superfícial

Separação do escoamento superficial

Os escoamentos superficial e subterrâneo correspondem a maior parte de do total, ficando o escoamento subsuperficial contabilizado nestes dois.

Para que o escoamento superficial e o subterrâneo sejam analisados individualmente, é necessário separar no hidrograma a parcela que corresponde a cada um dos tipos de fluxo.

A parcela do escoamento superficial pode ser identificada diretamente no hidrograma pelo método gráfico baseado na análise qualitativa descrita anteriormente. A precipitação efetiva que gera o escoamento superficial é obtida quando não se dispõe dos dados observados do hidrograma ou se deseja determinar parâmetros de um modelo em combinação com o hidrogramado escoamento superficial.

Existem três métodos tradicionalmente utilizados, descritos a seguir:

Método 1: extrapolando a curva de recessão a partir do ponto C até encontrar o ponto B, localizado abaixo da vertical do pico. Ligue os pontos A, B, e C. O volume acima da linha ABC é o escoamento superficial e o volume abaixo é o escoamento subterrâneo.

Método 2: Este método é mais simples, pois basta ligar os pontos A e C por uma reta.

Método 3: Este método consiste em extrapolar a tendência anterior ao ponto A até a vertical do pico, encontrando o ponto D. Ligando os pontos D e C obtém-se a separação dos escoamentos. Os escoamentos superficial e subterrâneo correspondem a maior parte do total, ficando o escoamento subsuperficial contabilizado nestes dois.

Um método alternativo é feito através da figura 1, prolongando a tendência do hidrograma antes do ponto A até o ponto B, abaixo do pico e da recessão, a partir de C. Desenhe a curva restante definindo o ponto D. O ponto A é caracterizado pelo início da ascensão do hidrograma ou do escoamento superficial, o ponto C é caracterizado pelo término do escoamento superficial e início da recessão.

A determinação do ponto C pode seguir os critérios descritos:

  1. Linsley ET AL. (1975):

    Onde:

    N é o tempo entre o pico do hidrograma e o tempo do ponto C, em dias;

    A é a área da bacia em km2.

  2. O tempo entre a última precipitação e o ponto C, em que termina o escoamento superficial é o tempo de concentração. O valor obtido pode não estar em concordância com o hidrograma observado, mas permite dirimir dúvidas entre mais de um ponto de inflexão.
  3. A inspeção visual é um dos procedimentos mais simples e se baseia na plotagem das vazões numa escala mono-log (vazão na escala logarítmica). Como a recessão tende a seguir uma equação exponencial, numa escala logarítmica a mesma tende a uma reta. Quando ocorre modificação substancial da declividade da reta de recessão, o ponto C é identificado. Frequentemente ocorre mais de uma mudança de inclinação da reta, o que pode caracterizar também o escoamento superficial, retardos de diferentes partes da bacia ou efeito de diferentes camadas de aquíferos.