Unidade A – O novo papel da produção

A.2 Situação mundial com respeito ao novo papel da produção

Esta subunidade tem como objetivos propiciar ao aluno uma visão de modelos de administração e de processos da produção, focando-se na produção enxuta (lean manufacturing), bem como o reconhecimento da necessidade da administração estratégica para a competitividade das indústrias plásticas.

A administração da produção se relaciona com a maneira como as empresas produzem bens e serviços. O modelo abaixo (figura A.9) será usado por nós para analisarmos alguns aspectos que nos interessam no âmbito desta disciplina.

Inicialmente, segundo SLACK, 1996, observa-se que um exemplo de divisões de uma organização, além da função produção, poderia ser:

  1. A função marketing
  2. A função contábil-financeira
  3. A função desenvolvimento de produto/serviço

Também, para apoio à produção, temos as funções abaixo:

  1. A função recursos humanos
  2. A função compras
  3. A função engenharia/suporte técnico

O modelo abaixo, da figura A.9, mostra a complexidade da produção, adotando-se a técnica input-transformação-output.

Modelo geral da administração de produção

Segundo Chiavenato (2003) através da abordagem “principais conceitos de sistemas”, temos o que segue:

  1. Conceito de entrada (input):
    1. Um sistema para operar, recebe os inputs ou insumos, que são: Informação, Energia e Materiais.
  2. Conceito de saída (output):
    1. São os resultados da operação de um sistema como, por exemplo, produtos, equipamentos, informações, lucros, pessoas, poluição, etc.

Outros conceitos como caixa negra, retroação, homeostasia não serão detalhados neste momento, mas recomendamos a você uma “incursão” nesses temas, visando ampliar sua visão relacionada a sistemas de produção (administração da produção).

Ainda conforme Chiavenato, informação é um conceito que está relacionado à redução de incertezas. Informação abrange outros dois conceitos:

  1. Dado:
    1. é um registro ou anotação a respeito de um evento ou ocorrência. Quando um conjunto de dados, apresentam um certo entendimento sobre algo, ou seja, um significado, temos posse de uma informação.
  2. Informação:
    1. é um conjunto de dados com um significado e que aumenta o conhecimento sobre algo.
  3. Comunicação:
    1. é a informação transmitida a alguém, que foi lida e compreendida.

Ainda, para ampliar nosso tema, um Sistema de Informação de Gestão (SIG), ou Sistema de Informações Gerenciais, segundo a Wikipédia, é definido como:

Um sistema de informação é composto por todos os componentes que recolhem, manipulam e disseminam dados ou informação. Incluem-se tipicamente hardwaresoftware, pessoas, sistemas de comunicação como linhas telefônicas, e os dados propriamente ditos. As atividades envolvidas incluem a introdução de dados, processamento dos dados em informação, armazenamento de ambos, e a produção de resultados, como relatórios de gestão.

Interessa-nos na abordagem de SIG, o que se relaciona com a estratégia empresarial, assim, se reproduz os aspectos abaixo (papel de suporte estratégico), descritos na Wikipédia:

Os sistemas de informação podem ajudar no posicionamento competitivo de uma empresa. Distinguem-se três níveis de análise.

1. Os suportes na ajuda ao controlo da cadeia interna. Estes são os mais recentes, os mais pragmáticos e encontram-se ao alcance do gestor. São soluções de redução de custo e gestão da performance. Indicam-se sob o nome "Análise de Fluxo de Negócio" (BWA - Business Workflow Analysis) ou "Sistemas de Gestão de Negócio p2p". Redes de ferramentas asseguram o controlo do conjunto de funções da empresa; o efeito em tempo real dos custos de disfunções perturba a contabilidade, avaliação e relatório dos resultados financeiros, articulados na avaliação e nos relatórios de controlo de qualidade.

2. Qualquer empresa de sucesso tem uma ou duas funções que desempenha melhor que a competição: competência de núcleo. Se uma competência de núcleo de uma empresa lhe oferece uma vantagem no mercado a longo prazo, é designada de vantagem competitiva persistente. Para uma competência de núcleo atingir este nível terá que se tornar difícil de imitação, única, persistente, superior à concorrência e aplicável a múltiplas situações. Alguns exemplos de características empresariais que podem constituir uma vantagem competitiva persistente são: melhor qualidade do produto, contratos de distribuição extensíveis, equidade acumulada no ramo e reputação positiva da empresa, técnicas de produção de baixo custo, patentes e direitos de autor, monopólios protegidos pelo estado, e melhores equipas de funcionários e gestores. A lista de características de uma vantagem competitiva persistente é muito extensa. No entanto, existem alguns comentadores que defendem que no mundo da concorrência rapidamente adaptativa, nenhuma dessas vantagens consegue persistir por um longo prazo. Estes defendem que a única vantagem competitiva verdadeiramente persistente é construir uma organização tão alerta e ágil que consiga sempre detectar vantagens imediatamente, independentemente das alterações no mercado.

3. Os sistemas de informação, muitas vezes, ajudam e ocasionalmente constituem essas vantagens competitivas. A rápida velocidade das mudanças tornou crítico o acesso à informação pontual e actual em ambientes competitivos. Os sistemas de informação, tal como os sistemas de rastreio de ambiente comercial, ajudam praticamente todas as vantagens competitivas. Um exemplo é a Wal-Mart, que usavam uma extranet para integrar toda a sua cadeia de fornecimento. Essa utilização dos sistemas de informação deu a Sam Walton uma vantagem competitiva durante duas décadas. Outro exemplo é a Dell Computer, que usava a Internet para comercializar PC's à medida. Michael Dell ainda se beneficia dessa promoção de baixo custo e técnica de distribuição. Outros exemplos são eBayAmazon.comFederal Express, e Análise de Fluxo de Negócio Oberon-bwa.

No entanto, antes de um aprofundamento de teorias de administração para a obtenção da competitividade industrial, nos interessa fazer uma análise dos processos de produção, com foco em produtividade/competitividade, pois nas próximas unidades faremos a abordagem de aspectos como mercado dos polímeros, suas tendências, bem como o nível de competitividade e todos os componentes de sua cadeia produtiva.

Nesse sentido, é importante que você perceba (reconheça) a importância da história dos processos de produção, e com este objetivo, foram selecionados para sua leitura documentos relacionados à produção enxuta (lean manufacturing). A seguir, nas figuras A.10 e A.11, você pode observar a necessidade organizacional dos ambientes de produção, em que se aplica a produção enxuta.

Vista do processo industrial

 

Diagrama conceitual do kanban (Toyota)

Em destaque, abaixo, os vídeos que tratam da TOYOTA e ainda que retratem os aspectos relacionados à indústria automotiva, têm elevado valor para quaisquer outras indústrias, como a plástica. Para avançarmos nossos estudos, sugerimos que você leia os textos a seguir, bem como veja os vídeos indicados, e disponíveis no Moodle:

 
  1. Textos:
    1. Autonomação e a eliminação das perdas: a base de uma estratégia de produção para assegurar uma posição competitiva na indústria (dissertação de mestrado).
    2. Identificação dos fatores críticos de sucesso na implantação da filosofia de manufatura enxuta em uma indústria plástica (artigo).
  2. Vídeos:
    1. TOYOTA - Produção Enxuta (parte 1)
    2. TOYOTA - Produção Enxuta (parte 2)
    3. FURB - Lean Manufacturing (parte 1)
    4. FURB - Lean Manufacturing (parte 2)
 

Após o reconhecimento dos documentos acima, sugerimos a ampliação da leitura por você, através dos sites especializados com artigos e vídeos (Youtube, por exemplo) que tratam da produção enxuta nas indústrias plásticas, em especial a identificação e análise do processo de produção dessas indústrias e os benefícios obtidos.