Unidade B – A inserção dos transformadores de plástico na cadeia produtiva de produtos plásticos

B.1 Cadeia produtiva dos plásticos

Esta subunidade tem como objetivo a caracterização da cadeia produtiva dos plásticos.

Inicialmente, temos um questionamento: você conhece o conceito de uma cadeia produtiva? No nosso caso, iremos estudar nesta subunidade a cadeia produtiva dos plásticos. Logo após, este conceito, ela será caracterizada.

Segundo a Wikipédia:

Cadeia produtiva é um conjunto de etapas consecutivas, ao longo das quais os diversos insumos sofrem algum tipo de transformação, até a constituição de um produto final (bem ou serviço) e sua colocação no mercado. Trata-se, portanto, de uma sucessão de operações (ou de estágios técnicos de produção e de distribuição) integradas, realizadas por diversas unidades interligadas como uma corrente, desde a extração e manuseio da matéria-prima até a distribuição do produto.

Cadeia produtiva, então, é entendida como um processo no qual são analisadas todas as etapas até a colocação de um produto no mercado.

Também este conceito, de forma mais ampla, através do artigo Cadeia Produtiva: Marco Conceitual para Apoiar a Prospecção Tecnológica, mostra-nos sua complexidade e a maneira de interpretar um certo setor empresarial:

O enfoque de cadeia produtiva provou sua utilidade, para organizar a análise e aumentar a compreensão dos complexos macroprocessos de produção e para se examinar o desempenho desses sistemas, determinar gargalos ao desempenho, oportunidades não exploradas, processos produtivos, gerenciais e tecnológicos. Ao incorporar na metodologia alternativas para análise de diferentes dimensões de desempenho das cadeias produtivas ou de seus componentes individualmente, como a eficiência, qualidade, competitividade, sustentabilidade e a equidade tornou-se capaz de abranger campos sociais, econômicos, biológicos, gerenciais, tecnológicos, o que ampliou possíveis aplicações desse enfoque para um grande número profissionais e de instituições.

Pode-se observar, da citação acima, que o conceito de cadeia produtiva permite a análise do processo de certo produto, com vistas a se obter a sua máxima eficiência, qualidade, competitividade e sustentabilidade.

Igualmente, analisando esse conceito naquele artigo, é possível você reconhecer as várias aplicações possíveis na prática:

  1. gestão da eficiência (produtividade e custos);.
  2. gestão tecnológica e de P&D;.
  3. gestão da qualidade (diferenciação);.
  4. gestão da sustentabilidade ambiental;.
  5. gestão dos mercados e oportunidades (foco);.
  6. gestão de contratos;.
  7. gestão da comunicação e da informação;.
  8. conscientização de lideranças;.
  9. melhoria da base de informações (bibliografia, sites, bases de dados);.
  10. melhora da imagem e sustentabilidade institucional;.
  11. geração de novas políticas públicas;.
  12. fóruns e câmaras de negociação entre elos das cadeias produtivas..

Para caracterizar a cadeia produtiva dos plásticos (do setor petroquímico), usaremos novamente a figura B.1, usada em unidade anterior.

Estrutura do setor petroquímico

Igualmente, você pode caracterizar melhor a cadeia dos transformados plásticos, através do site do SEBRAE:

A 1ª geração é composta pelos insumos petroquímicos básicos como o etano, buteno, propeno, butadieno benzeno e paraxileno, utilizados na fabricação de resinas e polímeros.

A 2ª é a responsável pela fabricação das resinas e polímeros. Os de maior destaque são os polímeros termoplásticos polietileno de baixa ou alta densidade (PEBD/PEAD), o polipropileno (PP), o policloreto de vinila (PVC), o poliestireno (PS) e o polietileno tereflato (PET). Esses recebem o nome de termoplásticos, pois não sofrem alterações na sua estrutura química após o aquecimento ou resfriamento, fazendo com que sejam muito flexíveis e versáteis. Esse tipo de material corresponde a cerca de 90% do mercado de resinas.

Já a 3ª geração é a indústria transformadora das resinas plásticas ou produtora dos transformados plásticos. Nessas indústrias são desenvolvidos produtos para diversos segmentos, como o automotivo, eletroeletrônico, construção civil, utilidades domésticas e também para o consumidor final, atacado e varejo. Nesse caso, a predominância é do mercado de embalagens, com cerca de 40% do total de transformados plásticos. Basicamente, o que essas firmas fazem é moldar as resinas plásticas por meio de processos produtivos como a injeção, extrusão, sopro, rotomoldagem, termoformagem e formagem a vácuo, a fim de gerar produtos adaptados às necessidades dos clientes.

Faremos agora, uma análise mais profunda da cadeia produtiva do setor petroquímico, tomando como base o documento O Perfil da Indústria Brasileira de Transformação de Material Plástico 2009, com foco na terceira geração (transformados plásticos).

Produção mundial de plásticos

A figura B.2 nos mostra que a produção mundial de plásticos é muito expressiva, totalizando 245 milhões de toneladas no ano de 2008.

Produção mundial de plásticos por blocos econômicos

A figura B.3 identifica que Europa e Nafta produzem juntas, 48% da produção do mundo de plásticos e, contrastando, vê-se que na América Latina a produção é de apenas 4%.

Do ponto de vista apenas do Brasil, a seguir mostraremos alguns importantes dados:

Empresas e empregados

A figura B.4 identifica que o Brasil tinha no ano de 2008, 11.526 empresas e que eram empregadas no ano de 2009, 323.727 pessoas. Por esses números, observa-se a expressividade desse setor nos aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Tamanho das empresas por número de empregados

De acordo com a figura 5, a indústria plástica brasileira é composta basicamente de empresas de tamanho bem pequeno, ou seja, 29,1% têm até 4 empregados e 18,04% têm até 9 empregados.

A tabela a seguir “Destaques” mostra claramente que dessas empresas, 94,2% são de micro e de pequeno porte.

Destaques
Empresas do setor plástico Empregados do setor plástico
11.526 empresas em 2008 323.727 empregados em 2009
94,2% das empresas são de micro e pequeno porte 83,7% dos empregados estão ligados diretamente à área de produção e 12,9% dos empregados são ligados às áreas administrativas
85% das empresas brasileiras encontram-se nas regiões Sudeste e Sul do Brasil

 

A figura B.6 mostra as empresas e empregados por estado, permitindo, assim, uma melhor identificação, conforme a necessidade de análise para você.

Segmentação do mercado por aplicação

A segmentação do mercado por aplicação pode ser verificada na figura B.7, onde há o destaque para o segmento alimentício (17,5%), para construção civil (15,6%) e embalagens (14,5%).

Segmentação do mercado por processo de produção

Na figura B.8, a segmentação do mercado de transformados plásticos é verificada na seguinte divisão: extrusão (57%), injeção (19%) e sopro (16%).

Importação e exportação de transformados plásticos

Para finalizar a análise brasileira, temos, na figura B.9, os aspectos do comércio exterior, conforme segue:

  1. Exportações brasileiras: 26% para a Argentina e 16% para os Estados Unidos e
  2. Importações brasileiras: 24% da China, 15% da Argentina e 15% do Uruguai.

Dos dados apresentados acima, sugere-se que seja feita, por aluno, uma visualização mais específica, sob o aspecto de seu interesse, incluindo a leitura de outros documentos e sites especializados na Internet.