Unidade B – A inserção dos transformadores de plástico na cadeia produtiva de produtos plásticos

B.3 Clientes comerciais e industriais (embalagens, peças técnicas, filmes e acessórios)

Esta subunidade tem como objetivos reconhecer o mercado cliente e os próprios produtos transformados na cadeia produtiva dos plásticos. Existem muitas classificações dos segmentos deste mercado cliente dos transformados plásticos. Consta abaixo, em detalhes, uma dessas classificações (“S” na frente das palavras representa “segmento”), neste caso, por tipos de produtos transformados:

Neste momento, tomaremos inicialmente como base o texto A Inserção dos Transformadores de Plásticos na Cadeia Produtiva de Produtos Plásticos, de Bomtempo e Padilha (1999), onde o mercado cliente é composto por uma classificação mais ampla, a saber: clientes comerciais, clientes industriais, embalagens, peças técnicas e filmes e acessórios.

Dos autores acima, temos a seguinte caracterização do mercado cliente:

Clientes comerciais

Os clientes comerciais, dos transformadores plásticos, neste caso, são:

O consumidor final compra nestes clientes comerciais os mais diversos produtos, como:

A interação comercial ao longo da cadeia pode ser observada na Figura B.11 a seguir.

"

Na parte à direita da figura 1, se nota que existe um elo de alta importância, pois as relações transformador-comércio e comércio-consumidor final são relações de mercado que priorizam as variáveis preço e qualidade, que em muitos casos pressionam os transformadores plásticos e fazem com que suas margens sejam bem apertadas. Os autores citados acima, afirmam que a relação entre transformadores e consumidores finais é a mais importante da cadeia, pois permite um contato direto que proporciona uma avaliação efetiva do mercado, dos produtos, da satisfação dos clientes e com isto, podem fazer alterações em produtos existentes e a introdução de novos produtos.

Clientes industriais

Enquanto que os clientes comerciais se caracterizam através de uma relação comercial mais tênue, baseada em valores baixos a médios de compras e com grande número de clientes, os clientes industriais têm as seguintes características:

Os principais produtos transformados fornecidos a clientes industriais são:

Na figura B.12 a seguir, se observa a cadeia produtiva com a participação destes processos (com cliente industrial):

Vamos detalhar neste momento, como se dá a participação dos clientes industriais, na aquisição de embalagens, peças técnicas e filmes e acessórios.

Embalagens

As embalagens plásticas são usadas nos seguintes setores:

Os tipos de embalagens plásticas são divididos em: flexíveis, rígidas e sacaria de ráfia, conforme exemplos da figura B.13 a seguir.

De forma geral, a embalagem tem as funções de atrair a atenção pelo seu design, bem como descrever as características do produto. Conforme o caso, a maior importância é dada à proteção do produto (sacaria e containers). Em outras situações, a maior importância é o design, a funcionalidade e a qualidade (indústrias alimentícias, de cosméticos e farmacêutica). Os clientes podem propor uma inovação na embalagem, mas o transformador tem várias restrições para tal.

Peças técnicas

As peças técnicas são destinadas aos setores automobilístico, eletroeletrônico e de eletrodomésticos e estes são muito exigentes, em especial o automobilístico, os quais especificam tecnicamente com precisão e com qualidades elevadas (tolerâncias, cores, etc.).

Filmes e acessórios

Também, alta qualidade e precisão fazem parte da fabricação de filmes e acessórios como válvulas spray, alças, lacres, entre outros. Neste processo produtivo, as embalagens flexíveis derivam dos filmes, e peças delicadas derivam de perfis, por exemplo.

Devido ao fato de que a relação entre a segunda geração e os clientes industriais se dá com requisitos específicos de comercialização, os transformadores tendem a se concentrar em tarefas meramente pré-deteminadas, já que os pedidos chegam com todas as características especificadas, e neste caso, não há muito o que fazer em termos de inovação. Aos transformadores, resta o aprimoramento do processo de transformação (otimização da produção, produtividade e qualidade final nos produtos).

Para concluir sobre como se dá a participação dos transformadores de plásticos na cadeia produtiva, se observa que efetivamente quem produz inovação são os clientes industriais, fabricantes de resinas, equipamentos e moldes.

No entanto, a terceira geração tem uma participação fundamental no processo de inovação, pois, estando na ponta do sistema (parte final da cadeia), pode perceber as necessidades e desejos dos clientes comerciais e também interagir com os clientes industriais, para a especificação e prototipagem destas necessidades mercadológicas.

Outra forma de visualização da cadeia produtiva dos plásticos é mostrada na figura B.14 a seguir (BAHIA, 2008), onde se observa na fase final, que os produtos acabados da transformação plástica podem ter dois canais de comercialização:

Ainda, segundo BAHIA (2008), uma maneira bastante interessante de reconhecer e identificar todos os participantes da cadeia produtiva dos plásticos é através da figura B.15 a seguir (fluxograma da cadeia produtiva):

Importante você notar na figura anterior a quantidade tão expressiva de participantes na cadeia produtiva, através do seu fluxograma, pois da análise atenta, se compreende a complexidade de inter-relacionamento entre tantos atores comogoverno, empresas, sindicatos, associações, consultoras, fornecedores de insumos, materiais e mão-de-obra altamente qualificada. E neste sentido se compreende, também, o que anteriormente foi identificado (na unidade A desta disciplina), da quantidade no Brasil de empresas transformadoras de plástico e igualmente da quantidade de pessoas empregadas nas mesmas.