Esta subunidade tem como objetivo o reconhecimento das tendências mercadológicas e sócio-ambientais da indústria de polímeros.
Abordaremos esta subunidade em duas partes: poluição ambiental, reciclagem dos plásticos e plásticos degradáveis/biodegradáveis.
Tomaremos por base o livro Tecnologia dos Plásticos (MICHAELI, 1995), para abordar este tema inicial.
Conforme o autor, o problema ambiental causado pelo plástico se deve a cinco aspectos, a saber:
Quanto ao volume do lixo plástico, os resíduos possuem um grande volume, relativamente a seu peso. Além disso, apresentam certa dificuldade de compactação, de forma que ocupam grandes espaços físicos.
Quanto à biodegrabilidade, os plásticos são péssimos neste aspecto e não apresentam, portanto, capacidade de serem digeridos (consumidos) pelos círculos biológicos.
Quanto à toxicidade, os plásticos apresentam em suas estruturas materiais que causam problemas na queima em instalações de incineração de lixo, haja vista a presença de elementos como cloro, nitrogênio, flúor, enxofre e metais pesados.
Em relação à reciclagem, existem problemas nesta operação, pois em muitos casos apresentam-se sujos e misturados a outros materiais e, devido ao citado acima (toxicidade), são depositados inadequadamente ou queimados com os problemas já citados.
Finalmente, quanto à redução e reaproveitamento, que é uma consequência dos quatro aspectos citados acima, apresenta dificuldades de utilização posterior (outra finalidade) e dificuldade de queima para aproveitamento de sua energia.
Outro aspecto a ser analisado quanto aos problemas ambientais provocados pelos plásticos, e destacado pelo autor, é o tempo de vida dos mesmos (antes de ser descartado). Nesse sentido, ele chama a atenção de que geralmente o tempo de vida dos produtos plásticos é subestimado, pois a população associa o plástico com produtos descartáveis, como as embalagens para os diversos fins. Naquele livro, é citado que as embalagens plásticas não chegam a compor nem ¼ do total e que 20% dos produtos plásticos são jogados fora no intervalo de 1 ano, enquanto que 35% deles são usados de 1 a 10 anos. E 45%, viram lixo apenas depois de mais de 10 anos.
Ainda que os dados a seguir se refiram ao período após o ano de 1945 (até o ano de publicação do livro – 1995), servem para expressar a preocupação sobre o tema da poluição ambiental pelos plásticos: só na Alemanha foram produzidos cerca de 61 milhões de toneladas de produtos plásticos até 1995 e apenas 21 milhões de toneladas se transformaram em lixo. Portanto, a maior parte estava ainda em aplicação (utilização), mas após este período estes materiais em grande parte foram descartados.
Outro tema importantíssimo a ser analisado é o que se refere à reciclagem dos plásticos, como mostrado na figura C.10 a seguir:
Para MICHAELI (1995), o objetivo do reaproveitamento é não permitir que o lixo existente fique sem utilização, isto é, que ele seja inserido, através de uma preparação do material, novamente na produção. Assim, a reciclagem tem as seguintes vantagens:
Na figura C.11 abaixo, vê-se os diferentes ciclos de reciclagem do plástico, na qual constam grandes e pequenos ciclos e onde o tempo que um produto plástico leva para se tornar um produto novo.
Segundo o autor, sendo curto o ciclo, melhor será para o meio ambiente. Melhor ainda, quando o reaproveitamento de material é mais indicado para o reaproveitamento químico ou para a incineração.
Quanto à reciclagem de termoplásticos na própria indústria, esta é amplamente desenvolvida, pois geralmente os resíduos são coletados puros e limpos e só necessitam ser moídos para poderem ser processados como novos materiais.
Quanto à reciclagem de termoplásticos no lixo doméstico, existem dois sistemas básicos: o sistema de busca e o sistema de entrega, conforme detalhado a seguir:
No site WIKIPEDIA, está disponível um pequeno texto sobre reciclagem de plástico, no qual constam os seguintes métodos:
Sugerimos que você faça a leitura do referido site, para analisar, inclusive, a necessidade da separação dos plásticos, através de suas respectivas densidades.
Analisando, ainda, o tema da reciclagem dos plásticos, abordaremos a seguir os seus vários aspectos, através de algumas citações (na íntegra) disponíveis no site da PLASTIVIDA (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos).
A reciclagem de materiais descartados compreende basicamente as seguintes etapas:
Do ponto de vista econômico, a reciclagem é viabilizada levando-se em conta os seguintes aspectos:
Como se observa acima fica bem caracterizado o conceito de reciclagem dos plásticos, passando-se pelas fases de coleta, separação, revalorização e transformação dos materiais disponíveis. Aborda-se, também, a necessidade da análise da economicidade da reciclagem envolvendo vários aspectos, para a sua viabilidade operacional.
Como reciclagem química, temos os aspectos a seguir enumerados:
Podem-se, ainda, citar os seguintes tipos (processos) de reciclagem química:
Da figura C.12 a seguir, temos a representação dos processos de reciclagem química.
Conforme o site indicado, temos o seguinte para a reciclagem mecânica:
Para a reciclagem mecânica, temos as seguintes etapas básicas:
A figura C.13, adiante, mostra o fluxograma das principais etapas para a produção do plástico granulado.
Ainda, para detalhar o processo, a seguir constam as etapas até a obtenção dos pellets (grãos plásticos):
Do mesmo site da PLATIVIDA, temos os seguintes aspectos para a reciclagem energética:
Atualmente, os seguintes dados e informações podem ser analisados, visando a uma compreensão da importância da reciclagem energética no mundo:
Como se observa, o Brasil ainda tem muitas atividades a desenvolver no que se refere à reciclagem energética, para contribuir decisivamente neste campo industrial e ambiental.
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Com o objetivo de ampliar os seus conhecimentos na área de reciclagem energética, sugerimos, também, que acesse o site da empresa Usina Verde (www.usinaverde.com.br), no qual constam muitas informações de interesse na área, não apenas a obtenção de energia elétrica a partir do plástico, mas de vários resíduos sólidos.
Empresas atualmente estão surgindo no Brasil, para trabalhar na área de reciclagem. Nesse sentido, tomamos como exemplo a empresa Protoplast, que disponibiliza ao mercado alguns produtos 100% reciclados, como mangueiras de polietileno, sacos para lixo, sacolas e bobinas. Sugerimos o acesso ao site, bem como a realização de pesquisas na Internet para identificar a existência dessas empresas e também as oportunidades de negócios nessa área.
Especificamente sobre a reciclagem do PET, temos um importante documento da ABIPET – Associação Brasileira da Indústria do PET, denominado 6º Censo da reciclagem de PET no Brasil 2009/2010, no qual constam diversas informações nacionais e, também, comparativos com outros países. Sugere-se a leitura e a interpretação dos dados e informações, para o seu aprofundamento nesta área específica: reciclagem de PET.
Todos nós sabemos que a indústria plástica mundial apresenta problemas relacionados ao meio ambiente. E também sabemos que existem muitas ações nesse sentido, e uma delas atualmente muito importante, é a produção do chamado “plástico verde”.
Iniciaremos este assunto sobre plásticos degradáveis e biodegradáveis, através da citação na íntegra, de um artigo disponibilizado no site da ABMACO (Associação Brasileira de Materiais Compósitos) em 26 de maio de 2011:
O Plástico “Verde” do Brasil 26/05/2011
Cada vez mais, são desenvolvidas variedades de plástico feitas de matéria-prima renovável. No Brasil, o aproveitamento de sobras vegetais da indústria canavieira pode gerar uma produção sustentável.
Quase já não é possível imaginar o nosso mundo sem plástico. Até mesmo quando se trata de conservação ambiental, essa espécie de “matéria-prima da vida moderna” também possui um papel importante. Por motivos bastante óbvios: o plástico convencional provém, em sua maioria, do petróleo.
De todos os estoques mundiais do óleo bruto, cerca de 4% são destinadas à fabricação do produto. Durante o processo industrial, são liberados na atmosfera seis quilos de CO2 para cada quilograma de plástico produzido. Considerando ainda o ritmo acelerado com o qual as reservas naturais de petróleo estão se extinguindo, logo se conclui o porquê das alternativas sustentáveis ao plástico terem sido tão bem-sucedidas nos últimos anos - especialmente na indústria de embalagens.
O plástico “verde” - ou o bioplástico - é composto geralmente por plantas como a cana-de-açúcar, o trigo, o milho ou a batata, mas também por óleo vegetal. Dificilmente pode-se encontrar algum produto doméstico para o qual ainda não haja ou esteja sendo desenvolvida uma alternativa em bioplástico. As aplicações do material incluem desde estruturas para celular e talheres descartáveis até sacolas de supermercado e vasos de flores, passando por sapatos e fraldas.
Para os especialistas, esse é apenas um elemento da crescente demanda por produtos sustentáveis, causada pela explosão no mercado de alimentos orgânicos nos últimos anos. “Hoje é bem melhor ter uma imagem ‘ecológica’ do que uma convencional. E as empresas tiram proveito disso”, analisa Norbert Voell, representante da Duales System GmbH - sociedade responsável pelo Ponto Verde, sistema de reciclagem de lixo na Alemanha. “Evidentemente, é melhor saber que os legumes orgânicos que se compra no supermercado vêm embalados de forma ecológica do que no saco plástico convencional”.
Grandes negócios
A tendência despertou reação também nas empresas responsáveis pelo produto tradicional, feito de petróleo - além de um investimento multimilionário em pesquisas e métodos de produção “verdes”. O grupo de gigantes globais desse ramo inclui, entre outros, a corporação agrícola estadunidense Cargill, a empresa italiana Novamont e a companhia química alemã BASF.
Materiais plásticos biodegradáveis como o poliactide, derivado de milho, já estão em uso em algumas das maiores redes de supermercados e multinacionais da indústria alimentícia, tais quais o Wal-Mart ou a Coca-Cola.
O plástico “verde” é responsável ainda por grandes negócios em solo brasileiro. No país, líder mundial na produção de açúcar, a empresa petroquímica Braskem utiliza a crescente indústria nacional de etanol canavieiro para produzir o bioplástico.
Do bagaço ao ecologicamente correto
No entanto, questionamentos foram levantados quanto à nova alternativa. Um deles discute se a sua produção não irá promover o desmatamento ou estancar as plantações de alimentos, assim como supostamente teria acontecido com o biocombustível. “Os argumentos apresentados quando se trata de bioplástico são parecidos com os relativos ao óleo de dendê”, aponta Voell, se referindo ao sul da Ásia, onde enormes áreas florestais são erradicadas a cada ano para dar lugar a lucrativas lavouras de palmas.
A fim de reagir às críticas, pequenos projetos procuram sair do padrão e, ainda assim, integrar a explosão da indústria canavieira. Um deles, concebido numa parceria entre Brasil e Alemanha, no Senai Climatec de Salvador (BA), produz plástico a partir dos restos da cana-de-açúcar, que são descartados pelas fábricas de etanol da região.
Os chamados “bagaços” costumam ser queimados, resultando em grandes emissões de dióxido de carbono na atmosfera. O objetivo é transformar o produto reciclado no futuro plástico convencional e, com isso, sobrepor outro grande setor econômico do país: a indústria automotiva.
Mercado ainda pequeno
O avanço comercial do plástico “verde” parece inevitável. Todavia, até o momento, a variante ecológica representa apenas um percentual menor do que 1% no mercado global de plástico. E a associação industrial Plásticos Europeus acredita que o montante não deve crescer mais do que 5 a 10% nos próximos anos.
“A questão está nos altos custos de produção, mas também no fato do bioplástico ser pior em termos de manipulação e tratamento termomecânico em comparação com o material tradicional”, afirma Michael Niaounakis, especialista em polímeros do Instituto Europeu de Patentes de Haia.
Menos dióxido de carbono?
Ainda assim, os especialistas veem um verdadeiro potencial no bioplástico para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e, com isso, adiar as mudanças climáticas. O produto “verde” subjuga o convencional por demandar menos energia em sua produção e por ser livre de toxinas. Mas, a princípio, são necessários mais estudos científicos para se comprovar o quão sustentável, de fato, é o bioplástico.
“O fato de ele ser feito com matéria-prima renovável não o faz automaticamente melhor para o meio ambiente”, ressalva Gerhard Kotschik da Agência Federal do Meio Ambiente na Alemanha. “É preciso considerar todo o ciclo de produção. Para, só então, dizer se o bioplástico é mais ecologicamente correto do que o feito de petróleo”.
Com a reciclagem do bagaço da cana-de-açúcar, contudo, os produtores de plástico de Salvador, na Bahia, oferecem uma primeira resposta positiva.
Fonte: Folha de S. Paulo
Fonte: ABMACO - Associação Brasileira de Materiais Compósitos
Do texto acima, chamaremos a atenção para alguns pontos importantes:
Assim, observamos inicialmente, que apesar de ser uma iniciativa importante para a diminuição de gases que causam o efeito estufa, bem como a diminuição de resíduos sólidos poluindo o meio ambiente, parece ser algo ainda incipiente, do ponto de vista da totalidade da produção mundial de plásticos a partir do petróleo.
Como processo de aprofundamento sobre a degradabilidade dos plásticos, sugerimos a leitura do material Plásticos Biodegradáveis, disponível no Portal São Francisco. No mesmo, existem nove páginas web, abordando as mais diferentes variáveis sobre o assunto.
Igualmente, recomendamos a leitura do texto A Era dos Polímeros Biodegradáveis, disponível no site da Revista Plástico Moderno, constando de quatro páginas web sobre o assunto.
Com a disponibilidade de muitos vídeos sobre o tema dos bioplásticos, indicamos a você que assista os seguintes vídeos:
O vídeo a seguir, trata da obtenção de plásticos a partir do milho.Bioplástico IraPlast_CEREPLAST_PLA_CornPlastic (2min. 45seg.)
Os dois vídeos a seguir, referem-se à tecnologia da empresa inglesa Symphony, em parceria com a empresa brasileira RES. Vale a pena assistir aos vídeos e compreender a possibilidade da degradação em 180 dias de sacolas plásticas, bem como analisar o próprio site da empresa (www.res.com.br).
Filme_Institucional_RES_Brasil_d2w_Symphony (3min. 25seg.)
Teste comparativo de degradação entre sacolas plásticas (3min. 44seg.)
No Brasil, temos entre outras ações no desenvolvimento de plástico biodegradável, a parceria entre o LNBio (Laboratório Nacional de Biociências) e a Braskem. Assista ao vídeo e, após, procure mais informações nos sites relacionados.
LNBio e Braskem assinam um acordo para produção de plástico biodegradável (2min. 56seg.)
Na PUC/RS, no Laboratório de Engenharia Química, está em andamento uma interessante pesquisa sobre o plástico biodegradável. Assista ao mesmo e avalie as características deste novo produto.
video2 plastico biodegradavel (4min. 01seg.)
Há, também, um projeto interessante, com o apoio da União Europeia, desenvolvendo um novo tipo de plástico biodegradável e disponível no vídeo a seguir:
Projeto europeu desenvolve plástico biodegradável (3min.)
Relativamente às embalagens flexíveis, as chamadas sacolas plásticas, atualmente existem várias ações de defesa e de ataque às mesmas, inclusive ações judiciais proibindo a sua utilização em algumas cidades brasileiras. Nesse sentido, sugerimos a leitura destas informações e notícias, visto que afeta sobremaneira os envolvidos na questão. Para iniciar estas leituras, recomendamos o acesso ao site da ABIEF – Associação brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (www.abief.org.br), especificamente no que trata dessas ações judiciais (notícia de junho de 2011):
TJ-SP SUSPENDE LEI QUE PROÍBE AS SACOLAS PLÁSTICAS: O TJ-SP suspendeu ontem por tempo indeterminado os efeitos da lei municipal de Americana, que proibiu a distribuição de sacolas plásticas. (http://www.abief.com.br/noticias.asp#183).
Através de pesquisas realizadas sobre artigos e pesquisas especializadas na área dos plásticos, recomendamos densamente a consulta do documento produzido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial, denominado Caracterização da Cadeia Petroquímica e da Transformação do Plástico, haja vista a quantidade e valor das informações disponibilizadas. Certamente, é um dos documentos mais completos e aprofundados relativo ao assunto dessa cadeia produtiva, envolvendo também, estudos e questões sobre reciclagem, bioplásticos, etc.