O Alfabeto Manual é uma tentativa de comunicação nos primeiros momentos da Libras entre a pessoa surda e a ouvinte. Ressalta-se que este Alfabeto Manual não se aproxima muito da Libras, por fato de ser uma espécie de soletração, especialmente para as pessoas iniciantes na aprendizagem da Libras. No século 19, o Professor Charles Michel L’Eppe trouxe da França o alfabeto manual ao Brasil, a fim de ensiná-lo aos profissionais da área da surdez. Anos depois, principalmente na virada do século 20, o alfabeto manual no Brasil sofreu modificações linguísticas, para que fosse mais brasileiro.
Figura A.1: Alfabeto Manual Francês trazido da França
Fonte: http://joycegalvo.wordpress.com/historico/
Figura A.2: Atual Alfabeto Manual "brasileirado"
Fonte: http://libralizando.blogspot.com.br/2011/05/datilologia.html
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Ok, mas quem é Charles Michael L‘ Eppe?
Figura A.3: Charles Michel LÉppe ensinando o alfabeto manual às crianças surdas
Fonte: http://sospedagogia-andrea.blogspot.com.br/2010/08/abade-monge-charles-michel-de-lepee.html
Charles-Michel de l'Épée nasceu numa família abastada em Versailles, que era na altura o mais poderoso reino da Europa. Estudou para ser padre católico, mas foi-lhe negada a ordenação, em resultado da sua recusa em negar o Jansenismo, um popular movimento de reforma religiosa da época. Então, estudou direito, mas pouco depois foi designado abade.
L‘Éppe voltou a sua atenção para obras de caridade, para os pobres e, em uma ocasião, numa zona pobre de Paris, teve oportunidade de encontrar duas jovens irmãs, surdas, que se comunicavam através da língua gestual (ou língua de sinais, como é chamada no Brasil). Épée decidiu, então, dedicar-se à salvação dos surdos e, em meados na década de 1750, fundou um abrigo, que ele próprio sustentava. Em consequência das teorias filosóficas que emergiam na época, Épée veio a acreditar que os surdos são capazes de possuir linguagem, concluindo assim que eles podem receber os sacramentos e evitar ir para o Inferno. Começou a desenvolver um sistema de instrução da língua francesa e religião. Nos primeiros anos da década de 1760, o seu abrigo tornou-se a primeira escola de surdos do mundo, aberta ao público.