Unidade C – Propriedades físicas e ensaios com agregados miúdos

Substâncias Nocivas

As impurezas contidas nos agregados podem interferir química e fisicamente no uso que se faz deles. Quando os agregados são utilizados na confecção de concretos, as impurezas presentes nos agregados podem causar interferência no processo de hidratação do cimento e na aderência entre o agregado e pasta de cimento. A presença de partículas fracas e friáveis acima das proporções permitidas também é prejudicial ao desempenho do agregado, seja qual for a aplicação que se fizer.

Segundo Bauer (2008), as principais impurezas presentes nos agregados são:

  1. Partículas de origem orgânica ou mineral, que podem dar origem a reações químicas expansivas com o cimento.
  2. Partículas com dimensões iguais ou inferiores às do cimento, que interferem na estrutura do material hidratado, enfraquecendo-o.
  3. Partículas com baixa resistência ou com expansões e contrações excessivas.
  4. A presença de matéria orgânica (húmus), que interferem na pega e endurecimento do cimento, diminuindo a resistência inicial.
  5. Impurezas constituídas por sais minerais, que interferem principalmente na pega e na resistência do concreto e também dão origem a reações prejudiciais com o cimento ou com armaduras do concreto armado. Ex: chumbo, zinco, sulfatos, cloretos.

De acordo com a NBR 7211, as quantidades de substâncias nocivas não devem ultrapassar os seguintes limites máximos em porcentagem de peso de material:

Materiais Carbonosos (ASTM)

Em concreto cuja aparência é importante

0,5%

Nos demais concretos

1,0%

Torrões de Argila (NBR 7218)

Porcentagem máxima permitida

3,0%

Material Pulverulento (NBR NM 46)

Em concreto submetido à desgaste superficial

3,0%

Nos demais concretos

5,0%

Impurezas Orgânicas (NBR 7220)

Se a coloração ficar mais escura que a de uma solução padrão, sua utilização ficará condicionada ao resultado do ensaio previsto na NBR 7221 – Ensaio de Qualidade da Areia.

De acordo com Bauer (2008), os materiais carbonosos são constituídos por partículas de carvão, madeira e matéria vegetal sólida. São determinados por sedimentação do agregado em líquido de densidade 2. A percentagem dos torrões de argila é determinada pela diferença de peso de uma amostra de agregado antes e depois de se tirar os torrões presentes na amostra.

O material pulverulento é composto por partículas minerais com dimensão inferior a 0,075 mm, incluindo os materiais solúveis em água presentes nos agregados. A porcentagem desse material é determinada pela diferença de peso entre a amostra dele com o material pulverulento e após o mesmo ser retirado por processo de lavagem.

Massa Unitária ou Massa Específica Aparente (δ)

Relação entre a massa (M) e o volume aparente (Vap) do agregado (volume aparente = volume dos grãos + volume dos vazios). A massa unitária é utilizada como medida indireta da quantidade de vazios presentes entre os grãos de agregados e para trasformar quantidades de material de peso para volume e de volume para peso.

A massa unitária é determinada pelo procedimento descrito na NM 45, que consiste em pesar uma determinada massa de agregado em um recipiente normatizado de volume conhecido. Descontando-se o peso do recipiente, determina-se a massa líquida do agregado, que dividida pelo volume do recipiente resulta na massa unitária do material. A massa unitária pode ser expressa em g/cm³, kg/dm³ ou t/m³.