Unidade D – Materiais cerâmicos especiais

Aparelhos sanitários

  1. Também chamados de louças sanitárias, são constituídos de lavatórios, bacias sanitárias, mictórios. De acordo com o material utilizado na fabricação, Petrucci (1975) apresenta a seguinte classificação para as louças sanitárias:
    1. Aparelhos de pó de pedra: também chamados de faiança podem ter corpo branco ou colorido artificialmente. O material é vitrificado, com textura fina e porosa, podendo a absorção chegar entre 15 e 20%.
    2. Aparelhos de grés branco: também chamados de porcelana sanitária ou grés cerâmico, podem ter corpo branco ou colorido artificialmente. O material possui vitrificação mais avançada que o anterior, resultando num produto com textura fina e não porosa, cuja absorção varia entre 1 e 2%.

Ambos os materiais apresentam a coloração branca em função do baixo teor de óxido de ferro presente na argila utilizada na fabricação. O processo de fabricação normalmente empregado é a prensagem, feita com o auxílio de moldes de gesso ou resina que dão origem a peças únicas, sem emendas.

  1. Em função da diversidade de materiais disponíveis e das inovações no setor, principalmente no que se refere a equipamentos com menor consumo de água, as normas relacionadas às louças sanitárias têm sido constantemente revistas, sendo que atualmente estão em vigor:
    1. NBR 15097: Aparelhos sanitários de material cerâmico. Parte 1: Requisitos e métodos de ensaios (2011)
    2. NBR 15097: Aparelhos sanitários de material cerâmico. Parte 2: Procedimento para instalação (2011)

As normas citadas estabelecem uma série de requisitos que esses materiais devem satisfazer, entre os quais podemos citar: as dimensões das peças, as dimensões de entrada e saída de água, de fixação de misturadores, resistência do material ao gretamento (fissuras no esmalte), resistência ao manchamento, consumo de água por descarga, entre outros.

A NBR 15097 fixa o limite de absorção para qualquer louça sanitária em 0,5% e a espessura mínima das paredes de qualquer aparelho em 6 mm. As bacias sanitárias apresentam em seu interior um dispositivo chamado sifão, onde fica uma quantidade de água que evita o retorno de gases, conforme a figura abaixo.

De acordo com a NBR 15097 a bacia sanitária deve ter formato que possibilite uma altura de água dentro do sifão, também chamada de fecho hídrico, de no mínimo 50 mm e o sifão deve ter dimensões de forma a deixar passar uma esfera rígida de diâmetro 40 mm ± 0,25 mm.
Quanto à resistência mecânica, os valores mínimos são apresentados na tabela abaixo, de acordo com o tipo de peça:

Peça

Resistência Mecânica (kN)

Bacia sanitária

2,2

Bidê

2,2

Lavatório

1,3

Tanque

2,5

Tabela 14: resistência mecânica do tubo cerâmico
Fonte: do autor.

A resistência mecânica é determinada por meio de um ensaio específico em que o material é submetido à aplicação de uma carga por meio de prensa, durante 2 minutos. Cada peça deve resistir às cargas apresentadas na tabela sem apresentar fissuras, rachaduras ou outras deformações.  A descrição completa do ensaio de verificação da resistência mecânica encontra-se na NBR 15097.

  1. A norma também orienta que os defeitos superficiais dos aparelhos sanitários devem ser avaliados considerando-se os seguintes aspectos:
    1. Não apresentar riscos à segurança sanitária ou física do instalador ou usuário.
    2. Não afetar a utilidade do aparelho.
    3. Quantidade dos defeitos por região crítica e por janela de inspeção de acordo com os limites que constam na norma.

A região crítica de um aparelho sanitário normalmente é sua parte superior ou a parte mais visível, onde os defeitos podem ser mais facilmente identificados. Os aparelhos devem ser examinados na posição de instalação por um observador em pé com altura de observação de 1,60 m ± 0,1 m, no perímetro definido por um semicírculo de raio 1,5 m. Defeitos não observados desta posição são considerados imperceptíveis.

Entre os produtos mais encontrados no mercado estão bidês, mictórios lavatórios com e sem coluna de sustentação, bacias sanitárias com e sem caixa acoplada, estas ultimas funcionando com válvula de descarga ou caixa de descarga não-acoplada. No aparelho sanitário deve ser marcado em região legível e permanente o nome do fabricante, a data de fabricação e o modelo e consumo de água no caso de bacias sanitárias.