Unidade E – Você conhece a origem do cimento portland?

Você conhece a origem do cimento portland?

A origem da palavra CIMENTO vem do latim CAEMENTU, que designava na velha Roma espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada.

O uso de produtos com as mesmas caraterísticas do cimento teve início há aproximadamente 4.500 anos. Como exemplo, podemos citar a construção de monumentos do Egito antigo, que utilizavam uma liga constituída por uma mistura de gesso calcinado. As grandes obras gregas e romanas, como o Panteão e o Coliseu, foram construídas com o uso de solos de origem vulcânica que possuíam propriedades de endurecimento sob a ação da água.

No ano de 1756, o inglês John Smeaton obteve um produto de alta resistência por meio de calcinação de calcários moles e argilosos. Em 1818, o francês Vicat obteve resultados semelhantes ao misturar componentes argilosos e calcários. Mas a origem do cimento Portland é atribuída ao construtor inglês Joseph Aspdin que, no ano de 1824, queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Ele percebeu que, ao adicionar água, obtinha uma mistura e, ao secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções e não se dissolvia em água. Esse produto foi patenteado pelo construtor com o nome de cimento Portland, por apresentar cor e propriedades semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.

No Brasil, o início de estudos para viabilizar a fabricação do cimento Portland ocorreu aparentemente em 1888, quando o comendador Antônio Proost Rodovalho instalou uma fábrica na fazenda Santo Antônio, de sua propriedade, situada em Sorocaba-SP. Várias iniciativas esporádicas de fabricação de cimento foram desenvolvidas nessa época. Em 1892, teve inicio a produção de cimento em uma pequena instalação na ilha de Tiriri, na Paraíba, por iniciativa do engenheiro Louis Felipe Alves da Nóbrega, que estudara na França e chegara ao Brasil com novas ideias, tendo inclusive o projeto da fábrica pronto. Porém, a fábrica funcionou por apenas 3 meses, sendo que o fracasso do empreendimento foi consequência da distância do local de produção dos centros consumidores e da pequena escala de produção, que não conseguia competitividade com os cimentos importados da época.

No ano de 1897, a usina de Rodovalho lançou sua primeira produção – o cimento Santo Antonio – e operou até 1904, quando interrompeu suas atividades. Voltou em 1907, mas experimentou problemas de qualidade e extinguiu-se definitivamente em 1918. Em Cachoeiro do Itapemirim, o governo do Espírito Santo fundou, em 1912, uma fábrica que funcionou até 1924, com precariedade e produção de apenas 8.000 toneladas por ano, sendo então paralisada, voltando a funcionar em 1935, após modernização.

Todas essas etapas culminaram, em 1924, com a implantação pela Companhia Brasileira de Cimento Portland de uma fábrica em Perus, Estado de São Paulo, cuja construção pode ser considerada como o marco da implantação da indústria brasileira de cimento. As primeiras toneladas foram produzidas e colocadas no mercado em 1926. Até então, o consumo de cimento no país dependia exclusivamente do produto importado. A produção nacional foi gradativamente elevada com a implantação de novas fábricas e a participação de produtos importados oscilou durante as décadas seguintes, até praticamente desaparecer nos dias de hoje.

Referências

http://www.abcp.org.br/conteudo/basico-sobre-cimento/historia/uma-breve-historia-do-cimento-portland.