Unidade B -Tratamento Terciário

Fatores de influência

 

Os principais fatores de influência em sistemas de tratamento tipo wetlands são:

A interação desses fatores é que determina a eficiência de remoção de poluentes específicos. A seguir serão comentados alguns detalhes importantes de cada um desses fatores de influência.

Um estudo hidrológico compreende a avaliação do fluxo interno de água superficial, precipitação, fluxo interno da água no solo, evapotranspiração, fluxo externo de água superficial e infiltrações. O hidroperíodo, além de influenciar as propriedades das macrófitas, é considerado também como fator selecionador de espécies, afetando diretamente a sua distribuição espacial e temporal.

O Regime Hidrológico é influenciado por

  1. Porosidade da camada suporte.
  2. Volume útil.
  3.  Superfície livre.
  4.  Formato dos tanques.
  5.  Duração de Inundações.
  6.  Evapotranspiração (clima).

A constituição da camada suporte é fundamental para a construção do sistema com macrófitas emergentes. O tipo e a textura das camadas afetam física, química e biologicamente os mecanismos de remoção dos constituintes do efluente. Em Sistema de Fluxo Sub-superficial (FSS), comumente são utilizados seixos, brita e areia como camada suporte.

As propriedades desejadas dos constituintes da camada suporte são:

  1. Permeabilidade: permitir o livre escoamento do efluente entre os materiais que compõem a camada suporte.
  2. Sustentação das plantas adultas: deve permitir a sustentação necessária para o desenvolvimento das plantas até a idade adulta.
  3. Favorecimento ao desenvolvimento das raízes: para que as raízes das plantas selecionadas possam atingir o grau de tratabilidade proposto pelo projeto.
  4. Neutralidade: cada material selecionado não deve influenciar, negativamente, nas características do efluente utilizado.
  5. Capacidade de filtração: a distribuição das camadas dos substratos está diretamente ligada à capacidade de remoção, principalmente, dos nutrientes do sistema.
  6. Facilidade de aquisição e manejo: a fácil aquisição dos materiais utilizados é decisiva para sua aplicabilidade no projeto. Os materiais utilizados devem ser de fácil manejo, não apresentando características nocivas aos operários, na construção e operação do sistema.

A vegetação, denominada de macrófitas emergentes, possui papel determinante na remoção dos constituintes do efluente. A sua principal característica é captar oxigênio da atmosfera, através de suas folhas e hastes, e o transportar para a zona de raízes.

Macrófitas aquáticas emergentes são plantas que projetam suas raízes no interior do solo e mantêm suas principais superfícies fotossintéticas projetadas acima do nível d’água, permanentemente ou na maior parte do tempo. Possuem um tecido de sustentação muito mais resistente do que as macrófitas flutuantes, por isso, possuem uma maior capacidade de remoção e retenção de nutrientes.

As macrófitas aquáticas emergentes mais utilizadas em sistemas de tratamento na Europa e Estados Unidos incluem os gêneros Typha, Phragmites e Scirpus. No Brasil, a preferência por juncos (Scirpus sp) e taboas (Typha sp), entretanto, existem muitas espécies de plantas com potencial para utilização nesses sistemas.

No RS, a riqueza de espécies é grande, mas poucas são aquelas que têm eficiência de remoção comprovada. A Figura 22 apresenta a relação de macrófitas de maior ocorrência na planície costeira do Estado.

FamÍlia

Nome CientÍfico

Nome vulgar

Alismataceae

Sagitaria lancifolia

Sagitária

Echinodorus grandiflorus

Chapéu de Couro

Cannaceae

Canna glauca

Caeté

Chenopodiaceal

Atriplex montevidensis

Atriplex

Cyperaceae

Scirpus californicus

Junco

Eleocharis Interstincta

Tiririca

Cypereus giganteus

Tiriricão

Conmbinaceae

Floscopa glabrata

Trapociraba

Euphorbiaceae

Sebastiania schottiana

Sarandi Vermelho

Phyllanthus sellowianus

Sarandi Branco

Typhaceae

Typha subulata

Taboa

Typha domingensis

Taboa

Typha latifolia

Taboa

Poaceae

Zizaniopsis bonariensis

Espadana
Palha

Fonte: Adaptado de Macrófitas Aquáticas da Planície Costeira do RS Irgang & Gastal, 1996