Os principais fatores de influência em sistemas de tratamento tipo wetlands são:
A interação desses fatores é que determina a eficiência de remoção de poluentes específicos. A seguir serão comentados alguns detalhes importantes de cada um desses fatores de influência.
Um estudo hidrológico compreende a avaliação do fluxo interno de água superficial, precipitação, fluxo interno da água no solo, evapotranspiração, fluxo externo de água superficial e infiltrações. O hidroperíodo, além de influenciar as propriedades das macrófitas, é considerado também como fator selecionador de espécies, afetando diretamente a sua distribuição espacial e temporal.
O Regime Hidrológico é influenciado por
A constituição da camada suporte é fundamental para a construção do sistema com macrófitas emergentes. O tipo e a textura das camadas afetam física, química e biologicamente os mecanismos de remoção dos constituintes do efluente. Em Sistema de Fluxo Sub-superficial (FSS), comumente são utilizados seixos, brita e areia como camada suporte.
As propriedades desejadas dos constituintes da camada suporte são:
A vegetação, denominada de macrófitas emergentes, possui papel determinante na remoção dos constituintes do efluente. A sua principal característica é captar oxigênio da atmosfera, através de suas folhas e hastes, e o transportar para a zona de raízes.
Macrófitas aquáticas emergentes são plantas que projetam suas raízes no interior do solo e mantêm suas principais superfícies fotossintéticas projetadas acima do nível d’água, permanentemente ou na maior parte do tempo. Possuem um tecido de sustentação muito mais resistente do que as macrófitas flutuantes, por isso, possuem uma maior capacidade de remoção e retenção de nutrientes.
As macrófitas aquáticas emergentes mais utilizadas em sistemas de tratamento na Europa e Estados Unidos incluem os gêneros Typha, Phragmites e Scirpus. No Brasil, a preferência por juncos (Scirpus sp) e taboas (Typha sp), entretanto, existem muitas espécies de plantas com potencial para utilização nesses sistemas.
No RS, a riqueza de espécies é grande, mas poucas são aquelas que têm eficiência de remoção comprovada. A Figura 22 apresenta a relação de macrófitas de maior ocorrência na planície costeira do Estado.
FamÍlia |
Nome CientÍfico |
Nome vulgar |
Alismataceae |
Sagitaria lancifolia |
Sagitária |
Echinodorus grandiflorus |
Chapéu de Couro |
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Cannaceae |
Canna glauca |
Caeté |
Chenopodiaceal |
Atriplex montevidensis |
Atriplex |
Cyperaceae |
Scirpus californicus |
Junco |
Eleocharis Interstincta |
Tiririca |
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Cypereus giganteus |
Tiriricão |
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Conmbinaceae |
Floscopa glabrata |
Trapociraba |
Euphorbiaceae |
Sebastiania schottiana |
Sarandi Vermelho |
Phyllanthus sellowianus |
Sarandi Branco |
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Typhaceae |
Typha subulata |
Taboa |
Typha domingensis |
Taboa |
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Typha latifolia |
Taboa |
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Poaceae |
Zizaniopsis bonariensis |
Espadana |
Fonte: Adaptado de Macrófitas Aquáticas da Planície Costeira do RS Irgang & Gastal, 1996