Unidade B - Tratamento Terciário

Aspectos construtivos

 

Dimensionamento básico

Existem vários critérios para o dimensionamento de sistemas de tratamento com plantas emergentes, mas os principais autores a nível mundial são:

A tabela a seguir apresenta o resumo do preconizado por REED, aplicados a efluente doméstico.

CritÉrio de dimensionamento

Fluxo superficial

Fluxo sub-superficial

Tempo de detenção Hidráulica (dia)

5 a 14

2 a 7

Taxa Máxima de Carregamento (KgDBO/ha.dia)

80

75

Profundidade do Substrato (cm)

10 a 50

10 a 100

Taxa de Carregamento Hidráulico (mm/dia)

7 a 60

2 a 30

Relação Comprimento: Largura

2:1 a 10:1

0,25:1 a 5:1

O dimensionamento preconizado por REED está baseado no coeficiente de remoção de matéria orgânica (K20).

DBOs = __DBOe__
             (1 + K20 . td)

Onde:

Ou, isolando o tempo de detenção, teremos:

td = [(DBOe ÷ DBOs) – 1]
                      K20

Segundo esse autor, o coeficiente de remoção de matéria orgânica (K20) pode variar entre 0,86 e 1,84, com base na porosidade da camada suporte.

Vejam o exemplo a seguir:

Dimensione um sistema com plantas emergentes considerando um efluente com vazão (Q) de 10 m³.d-1 e DBO de 2.000 mg.L-1.

 

Para estimar a concentração de DBO na saída do tratamento, normalmente se adota o padrão de lançamento ou um valor 20% menor que o padrão, como critério de segurança.

 

Onde h é a profundidade útil da camada suporte

Outro método bastante utilizado é o preconizado por COOPER:

Ah = Q x (ln DBOe – lnDBOs)
                       KDBO

Onde:

Seguindo o mesmo exemplo (Q = 10 m³.d-1 e DBOe = 2.000 mg.L-1) o dimensionamento seria o seguinte:

Ah = 10 m³.d-1 x (ln 2.000 – ln 200) =  383 m²
                       0,06 m.d-1

OBSERVARAM a diferença de área entre os métodos? É normal isso acontecer, pois o KDBO está baseado no preconizado no Reino Unido...

Mas como dimensionar quando o efluente tem nitrogênio e fósforo no efluente???

Melhor é seguir o preconizado por COOPER ou PLATZER. Vejam agora o dimensionamento com base nos estudos de COOPER:

RO = Q x {(DBOe – DBOs) + [( NH3e - NH3s) x 4,6]} 

Onde:

No que está baseado esse método de dimensionamento?

Na capacidade do sistema de plantas emergentes em fornecer OXIGÊNIO para a oxidação da matéria orgânica e para a nitrificação do N.

As taxas de transferência de oxigênio citadas por diferentes autores podem ser resumidas da seguinte forma:

A área superficial mínima necessária seria calculada pela fórmula:

A = RO­
     Tx 

Então, utilizando o mesmo enunciado do exemplo utilizado:

Dimensione um sistema com plantas emergentes considerando um efluente com vazão (Q) de 10 m³.d-1 e DBO de 2.000 mg.L-1.

Mas acrescentando o valor de N-amoniacal de 100 mg.L-1, teríamos a seguinte situação:

RO = 10 m³.d-1 x {( 2.000 g.m-3– 200 g.m-3) + [(100 g.m-3 – 20g.m-3) x 4,6]}

RO = 21.680 g O2.d-1

Esse RO equivaleria a uma área de:

A = RO­ =     21.680 g O2.d-1
       Tx          40 g O2.m-².d-1

A = 542 m²

Compreenderam? Por esse cálculo pudemos comprovar que para remover N + MO a necessidade de área é superior quando somente desejamos remover MO (matéria orgânica)

Na próxima aula, faremos vários exercícios