No passado, a ciência acreditou que os seres vivos criados por Deus permaneciam imutáveis ao longo de sua vida. Esta concepção ficou conhecida como Teoria Fixista. Essas ideias influenciaram o pensamento científico por um longo período. A partir do final do século XVIII, com os avanços da geologia e da paleontologia, as ideias fixistas começaram a ser questionadas. Na Inglaterra, com a expansão ferroviária e a extração mineral, a geologia avança e aprofunda seus conhecimentos com novos achados fósseis que surgem das escavações promovidas pela extração mineral.
Esses achados fósseis trouxeram evidências sobre a diversidade e alterações dos grupos de seres vivos, propondo novas explicações para o problema da história geológica da Terra, contrapondo-se ao fixismo.
As ideias evolucionistas se fortalecem como uma nova explicação para a origem da vida.
Mesmo assim, com o achado de fósseis marinhos nas rochas das montanhas, os defensores do fixismo lançaram a hipótese de que os achados eram restos de criaturas mortas durante o Dilúvio Universal, pois segundo a Bíblia, nesse período, as águas cobriram totalmente os picos das montanhas.
A ideia criacionista, entretanto, não foi aceita por todos, e pouco a pouco, a interpretação literal do livro do Gênesis, mesmo tendo uma forte influência sobre o pensamento humano, teve que dar lugar a sede de conhecimento, buscando uma nova compreensão da história da vida na Terra.
As teorias que explicam a origem do universo e da vida são, sem dúvida, um antigo dilema na história da filosofia científica. De um lado, o universo e todos os seres vivos teriam sido criados por ato direto e especial de Deus; por outro lado, teriam surgido por acaso e se desenvolvido pelos mecanismos naturais da evolução que teria produzido a fabulosa variedade dos seres vivos atuais. Enfim, são muitas as teorias que explicam o processo de criação e evolução dos seres vivos.
Você pode estar se perguntando por que demoramos tanto tempo para aceitar as evidências acerca dos fatos que auxiliam no entendimento sobre a evolução dos seres vivos.
Hobsbawm, em seu livro “A Era das Revoluções”, discorre acerca da influência das pressões político-sociais, sobre a produção científica. Questiona ele: “quais seriam as consequências das ideias evolucionistas para a estabilidade político-social defendida e apregoada pela Igreja em nome da Providência Divina?” (2001, p. 312).
As pressões políticas acabavam favorecendo a divulgação, ao público, dessa nova teoria. Mas havia, por parte de alguns setores da sociedade, resistência às ideias evolucionistas e preocupação com as consequências desastrosas que poderiam ocasionar um caos social.
Sob a influência da ideia criacionista, a hierarquia social e a distribuição de bens mantinham-se estáveis e inquestionáveis, pois o servo acreditava que sua posição social era dada por Deus. A maioria da população passava a vida sem lutar para mudar sua condição social.
Essa condição favorecia alguns grupos que mantinham a maioria da população num regime de servidão. Sua riqueza jamais seria questionada, pois foi dádiva divina, merecimento.
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